Uma grande plenária reunindo senadores, deputados e mais de 800 participantes debateu e definiu diretrizes de luta para impedir a privatização da Eletrobras. Coordenada pelo deputado federal, Pedro Uczai (PT-SC), a atividade faz parte do calendário de lutas e mobilizações em defesa da Eletrobras pública. Uczai alertou aos participantes da necessidade de pressionar os senadores a votarem contra a Medida Provisória 1.031/21, que promove o desmonte do setor elétrico brasileiro.
Em uma apresentação, o ex-ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, rebateu os argumentos do governo para viabilizar a entrega da estatal à iniciativa privada. Para Hubner, “é um erro absoluto do ponto de vista de uma economia liberal concentrar todo o patrimônio na mão de um único grupo. É um crime contra a economia popular, a sociedade brasileira e contra o patrimônio público”, enfatizou.
De acordo com o ex-ministro, a medida vai afetar todas as regiões, principalmente, o Norte e Nordeste, onde a estimativa de aumento de custo da energia é maior. “Todos os estados vão perder”, afirmou.
Para o senador Jean Paul Prates (PT-RN) é um “delírio” do governo tratar da venda de ativos em um momento de grave crise sanitária. Ele aponta como inapropriado discutir o futuro da Eletrobras por Medida Provisória, que indica o encarecimento da energia ao consumidor.
Prates acrescentou ainda que o governo não apresentou um modelo definido de privatização. Além de não expor estudos dos efeitos tarifários para a população e os impactos da medida para os trabalhadores e trabalhadoras da estatal.
O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) criticou a política de desmonte aplicada pelo governo Bolsonaro no Brasil. Ele destacou que, “não há nenhum país no mundo vendendo um sistema lucrativo, qualificado e estratégico como a Eletrobras”.
Para completar, Fontana defendeu o fortalecimento do setor elétrico estatal e ressaltou que para a construção de um “projeto de desenvolvimento nacional, potente e qualificado” é necessário impedir a votação da MP 1031/21 no Senado.
Nailor Gato, representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) afirmou que a privatização da Eletrobras “é um verdadeiro saqueio do patrimônio público, que busca privilegiar os já privilegiados, como banqueiros e especuladores”. Ele disse ainda que “as usinas do Sistema Eletrobras são as melhores do país, as mais eficientes e que tem o menor custo de produção de energia”.
Para o eletricitário, a população não pode “aceitar tamanha agressão”. Nesse sentido, convocou as entidades sindicais e movimentos populares a ampliar e intensificar a luta em defesa da Eletrobras pública. “Essa é uma luta da classe trabalhadora”.
O representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Leonardo Maggi, enfatizou que a Eletrobras deve atuar para atender o interesse do povo brasileiro é que é imprescindível a defesa da estatal pública. Maggi lembrou que, neste mês de junho, a Eletrobras, ameaçada pela privatização, completa 59 anos de existência, construída com “suor e sangue” dos brasileiros.
“Energia é um bem absolutamente fundamental para tecer a soberania de país. É também fundamental para o desenvolvimento industrial, agrícola e social, para que possamos ter o bem viver nesse país. Energia não é mercadoria”, disse a deputada federal, Erika kokay (PT-DF).
Mobilização
Ao final da atividade foram definidas iniciativas para impedir a aprovação da MP no Senado. Entre elas, a realização de audiências públicas nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, com a votação de moções de repúdio à iniciativa do governo de desmonte da Eletrobras. A realização de uma grande atividade nacional no dia 11 de junho, data de fundação da empresa. Além de ampliar a votação da sugestão legislativa no Senado, que proíbe a privatização da Eletrobras. Para votar, acesse o link: https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=148553
A atividade contou ainda com a participação do Senador Paulo Paim (PT-RS), da Senadora Zenaida Maia (Pros-RN), o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), deputado Paulo Pimenta (PT- RS), o deputado Helder Salomão (PT-ES), representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), da Federação Nacional dos Petroleiros, representantes do Sindicato dos trabalhadores dos Correios, dentre outras entidades.
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