Intersindical luta por uma PLR mais justa

Trabalhadores irão receber PLR mais justa após intervenção da Intersindical durante todo ano

Uma verdadeira batalha. Assim podemos definir todo processo que antecedeu a definição dos números da PLR 2018/2019 dos trabalhadores do Grupo Neoenergia. Foram meses de discussão com a holding, onde retrocessos eram colocados em mesa e rechaçados pela Intersindical, que buscou durante todo o tempo assegurar o pagamento proporcional ao esforço diário de cada trabalhador. E não faltou manobra da Neoenergia.

Descumprindo o que prevê a Lei 10.101, que assegura a discussão antecipada da PLR, a holding realizou somente a primeira reunião em junho de 2018, sugerindo inclusive mudanças danosas para a PLR e implementação de metas/objetivos inatingíveis.

À época, mesmo com a postura propositiva da Intersindical, que sempre prezou pelo diálogo em mesa para construção de um proposta que preservasse os interesses dos trabalhadores, já que são eles os verdadeiros responsáveis pelos excelentes resultados alcançados nas empresas do grupo, a direção da Neoenergia insistia em manter objetivos não factíveis e se esquivar da negociação com a Intersindical.

NEGOCIAÇÕES DIFÍCEIS

A Neoenergia se manteve irredutível em flexibilizar alguns pontos. Mesmo com grande esforço dos dirigentes sindicais, a holdind não aceitou a redução da pontuação da meta relacionada ao EBTIDA, que era vista com preocupação pelos dirigentes. Como alternativa, a Intersindical realizou um grande esforço para trabalhar em função das ponderações nos percentuais, o que assegurou menos riscos para os valores alcançados na nossa PLR atual.

“É um processo extremamente desgastante e complexo. Cada passo deve ser dado com muito cuidado e preocupação, já que interfere diretamente no dinheiro dos trabalhadores. Conseguimos esse equilíbrio e garantir ao final números mais justo para toda categoria”, comemora o coordenador da Intersindical, José Fernandes.

EVITAMOS RETROCESSOS

Quando for creditado o valor da PLR na conta de cada trabalhador em abril, é importante lembrar que houve por trás de tudo uma luta muito grande dos dirigentes sindicais para que prejuízos na distribuição não ocorressem.

Durante todo processo de negociação, a Neoenergia queria mudar a forma de divisão, dos atuais 50/50%, para 70% variável e 30% fixo. Na prática, além de perda considerável no valor a ser recebido por cada trabalhador, a mudança iria favorecer os níveis dos que possuem salários mais altos. Outra investida da Neoenergia que foi evitada pela Intersindical era o desejo de estabelecer uma limitação de 2,5 folhas líquidas para pagamento da PLR.

Embora esse limite, de imediato, não seja alcançado, a lógica de impor limitador é, por si só, prejudicial, o que foi rechaçado pelos dirigentes dos três sindicatos. A cada encontro haviam investidas da Neoenergia para prejudicar os trabalhadores. Durante as reuniões, os representantes da direção da holding defenderam que o percentual de distribuição passasse para 1% do lucro líquido do grupo e não de cada empresa.

Em outras palavras, isso representava uma drástica redução nos valores da PLR para os trabalhadores. “O que se percebeu foi uma tentativa voraz de esvaziar o bolso dos trabalhadores do grupo, mas, por outro lado, aumentar o lucro dos acionistas. Ou seja, criar regras que amplie o repasse para os enviar dinheiro para os donos do negócio e diminuir cada vez mais a parcela dos verdadeiros responsáveis pelo crescimento das empresas”, explica José Fernandes, coordenador da Intersindical.

VITÓRIA DA LUTA E DOS TRABALHADORES

Mesmo diante das investidas da Neoenergia, a Intersindical garantiu importantes conquistas para os trabalhadores. No processo de discussão foi assegurado a aplicação do modelo que vem sendo praticado e a garantia de pagamento no primeiro dia útil do mês de abril, caso as assembleias aprovem, soberanamente, os resultados apresentados.

Para a Intersindical, apesar dos entraves iniciais, garantir o pagamento no início do mês é uma conquista importante, já que os ACT’s asseguram o pagamento dentro do mês, o que pode ser feito até o último dia útil. Ou seja, na prática é dinheiro novo no bolso do trabalhador em menos tempo.

CARTA COMPROMISSO NA COELBA

A Neoenergia insistiu em impor um limite para a PLR. Essa situação ensejou um grande esforço da bancada sindical, que não aceitou a condição. Após uma grande e exaustiva negociação, para evitar atrasos e prejuízos na PLR, a Intersindical rechaçou a limitação de 2,5 SIR e conseguiu ampliar para 3 SIR, EXCLUSIVAMENTE PARA A PLR /2018, com compromisso de realizar as discussões da PLR já em abril de 2019. Importante frisar que, na prática, esse limite NÃO atingirá nenhuma empresa.

ATUAÇÃO DOS DIRIGENTES DEVE SER VALORIZADA

Pode parecer fácil depois de tudo resolvido, mas quando os valores da PLR forem creditados, uma verdadeira batalha se encerra com atuação destacada dos representantes dos trabalhadores. Numa conjuntura adversa, o pagamento da PLR sem perdas por mudanças defendidas pela holding é uma importante conquista para todos nós.

A intersindical é uma ferramenta de luta importante para os trabalhadores. Unidos e reconhecidos pela capacidade de defender os interesses da categoria, a atuação de toda bancada sindical se traduz em certeza de preservação dos direitos. Valorizar a atuação dos representantes, portanto, é uma tarefa que a categoria deve realizar.

LUTA TEM CUSTOS

Até alcançar o fim da negociação, os dirigentes sindicais, através dos sindicatos de cada estado, realizaram uma exaustiva e onerosa luta. Foram dezenas de reuniões, encontros e discussões tanto diretamente com a holding como de preparação da Intersindical e dos demais companheiros que auxiliaram o processo negocial.

Isso gera despesas inevitáveis para as entidades. Por isso, o reconhecimento de cada trabalhador é fundamental para manter a luta forte e independente. É sempre importante frisar que o pagamento da PLR não nasce do acaso ou pela vontade da Neoenergia, ele é fruto de muita luta e dedicação da representação dos trabalhadores.

Para haver efetivamente o pagamento da PLR existe por trás custos como impressão de material gráfico, viagens, hospedagem, alimentação, assessorias técnicas, logística para reuniões, enfim, toda uma estrutura para garantir que o dinheiro chegue ao bolso do trabalhador.

SER SINDICALIZADO FAZ DIFERENÇA

As investidas dos patrões em retirar direitos está mais intensa nesse cenário adverso para os trabalhadores. Frente a isso, é fundamental nos solidificarmos em nossos sindicatos, para garantirmos nossos direitos. Portanto, faz-se necessária e urgente a união, compreendendo que o espaço de um sindicato é o seu espaço de resistência.

Muito além dos benefícios…

É importante termos claro que é através da luta coletiva e do Sindicato, que garantimos nossos direitos e avançamos em nossas conquistas. Não se trata apenas de sustentar política e financeiramente a entidade. Mas de fazer parte e somar na luta do conjunto da nossa categoria.

A PLR EM NÚMEROS


Ebitda R$ 1.568.064

Pontuação 673

Percentual do EBITDA 1,350% 1,36%

Valor fixo R$ 3.354


11


22 22

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