Após demissão, coelbano avalia 40 anos dedicados à Coelba

Qual é o melhor choque de gestão empresarial? Este é título do artigo escrito pelo coelbano Antônio Marcos Sampaio Leal, após se despedir da empresa. No texto, ele avalia a forma que empresa trata o seu patrimonio mais valorioso: os trabalhadores. Confira o texto na íntegra.

Por Antônio Marcos Sampaio Leal *

QUAL É O MELHOR CHOQUE DE GESTÃO EMPRESARIAL?

No final dessa primeira semana de março, encerrarei o meu ciclo profissional na Neoenergia Coelba. Durantes esses 39 anos (+1 de estágio), eu vi de perto vários momentos de turbulências, mas comparável com o atual, ninguém nunca viu nem mesmo na privatização em 1997.

No meio organizacional, todos os choques de gestão praticados pela a alta liderança das empresas são legais. Entretanto, existem vários meios de dar uma guinada nas empresas em busca de melhoria naquilo que não está dando certo e assim mudar o seu rumo.

Eu gosto muito de um choque de gestão, que os baianos acompanharam de perto aqui em Salvador em 2022 na instituição EC Vitória. Após o clube ficar de fora das semifinais do campeonato baiano de forma melancólica, o presidente Fábio Mota enfrentou uma das maiores crises de sua história. O presidente manteve o seu técnico, os principais atletas, convocou a torcida e partiu para os desafios que tinha pela frente. Resultado: a sua equipe conseguiu o acesso da série C e no ano passado o título do brasileiro da série B.

Outro método de choque de gestão muito praticado normalmente em empresas que estão muito mal, ficou agora mais conhecido dos coelbanos nos últimos meses com desligamentos de colaboradores e de forma surpreendente de muitos líderes também. A Coelba demonstra de forma visível que está em busca da melhoria do mix de serviços que presta aos seus clientes na velocidade da luz, porém mudança profunda não ocorre de um dia para o outro.

Esta forma de acertar o prumo na organização, costuma deixar sequela em seu corpo técnico. Vejo com preocupação, o medo, a insegurança dos colegas, das lideranças e da perda de talentos para o mercado do setor elétrico que cada dia mais vem crescendo e gerando competição entre as distribuidoras. Temos visto com muita frequência a contratação de líderes do mercado, e penso que isso possa gerar um desânimo na carreira de colaboradores com potencial de exercer cargos maiores. Acredito que o risco que a companhia corre é de trazer executivos que não conheçam as necessidades da empresa e estes possam mexer onde não precisaria e piorar aquilo que já estava ruim.

É fato que a empresa no fundo do poço não está, a maior prova disso é que estamos próximos de receber o maior PLR da história, e na minha opinião o problema atual está na qualidade dos serviços prestados pela companhia, principalmente devido a falhas do seu planejamento estratégico nessa última década. Aos colegas, peço que tenha tranquilidade nesse momento turbulento, vai passar e espero que não demore muito, acreditem em seu potencial. As lideranças, cuidem de suas respectivas equipes acompanhando de perto, no dia a dia reconhecendo naquilo que é feito de maneira correta e orientando no que precisa melhorar, não deixe para efetuar as críticas perto dos 12 meses como é de praxe nos muitos casos, uma avaliação de forma injusta pode acabar com uma vida profissional.

Estarei do outro lado com a esperança de que a nossa empresa consiga o seu objetivo principal que é a plena satisfação dos clientes de forma rápida e com o apoio integral do seu time. Costumo brincarfalando que a Bahia é o do tamanho da França, logo a Coelba “jamé” será pequena.

*Antonio Marcos Sampaio Leal
Analista de gestão – Com Formação em Eletrotécnica, graduado em Adm. de Empresas/MKT e Pósgraduado em gestão empresarial de negócios.

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