A PROCURA DE DIÁLOGO, CNE SE REÚNE COM MINISTRO DE MINAS E ENERGIA

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) esteve reunido no dia 28 com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, para tratar de assuntos de interesse da categoria eletricitária, dentre eles, o cumprimento das cláusulas 6º, 7º e 41º do ACT, além da falta de compromisso e diálogo da direção da Eletrobras com as entidades de representação dos trabalhadores e trabalhadoras.

Na oportunidade, o CNE lamentou que o atual presidente da Eletrobras, Wilson Pinto, não esteja aberto para conversar com o Coletivo Nacional, principalmente, num momento delicado para as empresas do Sistema Eletrobras que passam por uma reestruturação que mexe diretamente com a vida profissional de cada trabalhador e com o futuro das próprias empresas. O CNE manifestou preocupação com a reestruturação, no que se refere ao Centro de Serviço Compartilhado (CSC), uma vez que os representantes dos eletricitários se quer foram consultados sobre a compatibilidade dos serviços das empresas do Sistema Eletrobras.

Destaca-se que a experiência que assistimos no setor, referente ao Centro de Serviço Compartilhado está sendo um verdadeiro desastre e não contribuiu em nada para a melhora de processos em Furnas, onde a implantação do CSC está mais avançada. Assim, entendemos que está na hora da direção da Eletrobras abrir o diálogo com os trabalhadores para que não seja cometido o mesmo erro.

PAE/PID Na reunião, o CNE solicitou ao ministro que o Plano de Incentivo da Demissão fosse revisto e realizado com cautela para que as empresas do Sistema Eletrobras não abram mão do conhecimento detido pelos trabalhadores mais experientes, afinal foi realizado grande investimento nesses profissionais, sendo detentores de conhecimentos dos processos de funcionamento das empresas.

Vale destacar que o presidente da Holding ao visitar todas as empresas do Sistema vendeu a ilusão de um plano mirabolante, que contemplaria os anseios dos trabalhadores por uma aposentadoria melhor, além da melhoria na funcionalidade das empresas, tudo uma grande falácia.

Diante da falta de diálogo do senhor Wilson Pinto, que inclusive não responde os ofícios encaminhados pelo Coletivo à empresa, as entidades sindicais deixaram cópias dos documentos com o ministro para que o mesmo tivesse ciência da disposição e abertura do CNE ao diálogo.

O ministro se comprometeu em abrir o canal de diálogo com a Eletrobras para discussão do processo de reestruturação. DISTRIBUIDORAS Dentro das discussões sobre a reestrutura- ção da Eletrobras, o CNE criticou duramente a forma como estão sendo tratadas as empresa de distribuição pelo presidente da Holding.

O CNE cobrou tratamento isonômico e propôs abrir um canal de negociação com a participação dos Sindicatos e especialistas do setor para apresentarem um modelo alternativo, como a criação de uma empresa única de distribuição. É inadmissível que a Eletrobras e o governo queiram trilhar pelo caminho mais “simples” das privatizações, em detrimento da importância estratégica e social que as distribuidoras têm nas regiões norte e nordeste, onde estão localizadas.

O processo de reestruturação do sistema Eletrobras coloca em risco a segurança do setor elétrico nacional!

Abaixo são elencados questionamentos que, no entendimento dos trabalhadores, se não respondidos totalmente, apontam para a possibilidade de riscos envolvidos no atual processo de reestruturação do sistema Eletrobras.

1. O Plano possui estudos com simulações dos seus impactos na organização e operacionalização do sistema elétrico nacional?

2. O Plano possui estudos com simulações dos seus impactos no desempe- nho operacional e econômico-financeiro das empresas do sistema Eletrobras? 3. Há algum caso similar no mundo, onde uma holding do tamanho da Eletrobras, com várias empresas subsidiadas e com um alto grau de participação no setor, envolvendo características e culturas organizacionais regionais bastantes especificas, possua suas atividades centralizadas em um único ambiente?

4. O Plano contempla avaliação dos riscos técnicos e operacionais no caso de vir acontecerem problemas no funcionamento do Centro de Serviços Compartilhados?

5. Foram feitas consultas a especialistas brasileiros e estrangeiros sobre as possíveis implicações do Plano no funcionamento do setor elétrico nacional?

6. Foram feitas consultas aos técnicos das empresas do sistema Eletrobras sobre a viabilidade das medidas propostas no Plano?

7. Em que consiste a finalidade das mudanças e alinhamentos que estão sendo propostos aos estatutos das empresas Eletrobras em relação a sua autonomia?

8. Qual a natureza jurídica do vínculo da holding Eletrobras, com as suas subsidiárias? Pretende-se uma subordinação ou relação de cooperação?

9. Os defensores da centralização se preocupam com a influência negativa dessa centralização, nas microrregiões dos empreendimentos das empresas?

Calendário CNE

31 de março – Dia Nacional de Mobilização e Lutas

5 de abril – Reunião com a diretor jurídico da Eletrobras, no Rio de Janeiro.

Participe do Dia Nacional de Mobilização e Lutas convocado pelas Centrais Sindicais e movimentos populares contra a reforma da previdência.

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