Os dirigentes da Intersindical foram surpreendidos com a iniciativa dos RH’s das empresas em disponibilizar um Termo de aditivo ao contrato de trabalho referente ao trabalho remoto. Por se tratar de um documento que tem interferência direta nas relações de trabalho, as empresas deveriam, obrigatoriamente, dialogar com os sindicatos sobre esse procedimento, situação que não ocorreu.
Lamentamos que o novo diretor de RH da Neoenergia, Fábio Folchetti, inicie sua relação com a Intersindical de forma tão desrespeitosa. Nossa tradição é de dialogar e construir os processos em mesa. Infelizmente, esta não é uma atitude que estreita os laços, ao contrário, revela que o respeito foi deixado de lado.
Sobre o Termo, orientamos os trabalhadores a não assinar, já que há várias questões que precisam ser revistas e devidamente esclarecidas. Curioso é que as empresas dizem que se trata de uma questão opcional, mas na prática, os gestores estão pressionando os trabalhadores a assinarem com brevidade o documento.
Na avaliação da Intersindical, o texto do Termo apresenta pontos que precisam ser melhor discutidos, entre eles:
* O trabalhador deverá arcar com todas as despesas oriundas de sua atividade (conta de luz, internet, compra/adequação de equipamentos e móveis para seu trabalho);
* Questões relacionadas a saúde e segurança serão responsabilidades exclusivas dos trabalhadores;
* O programa de trabalho remoto diz ser um benefício opcional, ou seja, o trabalhador teria liberdade para realizar suas atividades. Mas, na prática, isso não é verdade, pois terá que cumprir carga horária e todas as demandas exigidas como se estivesse na empresa;
* Autoriza a “empresa” compartilhar e/ou transferir os dados pessoais do Empregado ou seus beneficiários, inclusive dados sensíveis, mesmo que isso implique uma transferência internacional e, até mesmo, fornecedores.
INTERSINDICAL VAI SOLICITAR REUNIÃO PARA DISCUTIR ESSA QUESTÃO
Prezando sempre pela solução dialogada, marca da Intersindical ao longo desses anos, iremos solicitar uma reunião com o RH da Neoenergia para discutir a questão do Termo e cobrar explicações sobre as demissões.
“Nosso objetivo é resguardar os direitos dos trabalhadores, evitando que situações que possam prejudicar a categoria se formalizem através de iniciativas unilaterais das empresas. Precisamos ajustar essas questões e mantermos nosso compromisso de diálogo mútuo preservado”, concluiu José Fernandes.
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