Nesta segunda: eletricitários param em defesa da Eletrobras pública, eficiente e para todos

Os trabalhadores do setor elétrico e de movimentos populares vão parar dando mais uma demonstração de que não aceitam a entrega da maior empresa de energia elétrica da América Latina à iniciativa privada

Nesta segunda-feira (16 de abril) os chesfianos da Bahia param suas atividades em defesa da Eletrobras pública, eficiente e para todos. É o Dia Nacional de Luta Contra a Privatização da Eletrobras – defesa do patrimônio público, soberania nacional e segurança energética.

Para o Presidente da Confederação Nacional dos Urbnitários –CNU, Paulo de Tarso, a privatização da Eletrobras significa aumentos das tarifas, queda na qualidade dos serviços, demissões e perda da soberania nacional. “Trata-se de um problema grave não só para os eletricitários, mas para toda a população brasileira. O aumento da tarifa pode chegar a 30% com a privatização”, aponta.

O dirigente da CNU ressalta que a manutenção do setor elétrico sob controle do Estado não é uma questão ideológica, mas lógica. “Lógico é o Estado controlar um setor estratégico. Se cair na mão da iniciativa privada, eles vão liberar a água do país para energia produzir energia ou vão desviar para o agronegócio ou ‘privatizar’ os rios?”, questiona Tarso.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a venda da Eletrobras vai resultar em um aumento inicial na tarifa de energia de 16,7%, no mínimo. Alguns especialistas apontam reajustes superiores a 70%.

Outro impacto é o corte na tarifa social que garante descontos na conta de energia para pessoas de baixa renda e beneficia mais de 8 milhões de lares brasileiros e será extinta com base na proposta da nota técnica nº 5, proveniente da consulta pública nº 33, que altera o marco regulatório do setor elétrico. Segundo dados da Aneel, do total, 56% dos favorecidos pelo programa estão no nordeste e 24% no sudeste.

A Eletrobras, responsável por mais da metade da energia elétrica consumida no país, controla 47 hidrelétricas, 114 térmicas (energia gerada a partir da queima de carvão, gás ou óleo), 69 eólicas e distribuidoras de energia de seis estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima. Estão entre os estados com menores IDH do país Piauí, Alagoas e Acre.

Privatizar é promover desigualdade social

Diante de todos esses impactos e retrocessos, permitir a privatização das estatais do setor elétrico é promover maior desigualdade social e negar o acesso à energia para a população mais pobre do Brasil. Assim, para barrar mais esse retrocesso é preciso paralisar os locais de trabalho, fazer atos e manifestações, ocupar ruas, avenidas e praças, além de pressionar os parlamentares em suas bases eleitorais.

Em Brasília, nesta segunda-feira (16/4), às 10h, acontece um grande ato em frente ao Ministério de Minas e Energia contra o desmonte do setor elétrico estatal.

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