PARTE 1 – PRECONCEITO E DESPREPARO
Ouvindo os áudios amplamente divulgados nas redes sociais, que relatam as falas do presidente da Eletrobras, veio à luz, a verdadeira face de quem está à frente maior empresa do setor elétrico da América Latina, ou seja, uma pessoa dotada de uma personalidade preconceituosa, despreparada para tão alto cargo de gestão, e que com certeza, terá grandes dificuldades em manter os trabalhadores e os gerentes unido para levarem a cabo seu projeto de reestruturação da Holding. Toda vez que se expressa o senhor Pinto comete uma nova gafe, como quando tenta mostrar que seu “desabafo” é contra alguns gerentes da empresa. Ao contrário do que diz, nos áudios divulgados, suas afirmações são contra todos os trabalhadores da Eletrobras, pois, a palavra gerente nunca é usada, mas, passou a ser usada nas reportagens, não se sabe por quem, ou a mando de quem.
PARTE 2 – DISCRIMINAÇÃO AOS EMPREGADOS MAIS VELHOS.
Nos áudios que circulam nos grupos de whatsapp dos empregados e divulgados pela grande imprensa, o presidente da Eletrobras destila seu preconceito contra 40 % dos trabalhadores e não contra 40 % dos gerentes, em um dos áudios, ele diz: “E lá em cima na cabeça, como tudo que tem aqui, são 40% da Eletrobras, 40% de cara que é inútil, não serve pra nada……” O que se deduz nessa frase, por mais que se queira ser compreensivo, é que o presidente da empresa discrimina não só os gerentes, mas, todo um corpo de funcionários. Lógico que nem todos tem telefone, gratificação, vaga de garagem e secretária, como afirma o presidente da Eletrobras, benefício concedido a gerentes, dentre eles o próprio Wilson Pinto.
PARTE 3 – COAÇÃO AOS APOSENTADOS.
Em outro áudio, Wilson Pinto discrimina as pessoas mais velhas, ou mesmo aposentadas que ainda trabalham na empresa, pelo simples fato destas não terem aderido ao seu PAE – Prêmio de Aposentadoria Especial, no áudio atribuído a Wilson Pinto, ouve-se a seguinte afirmação: “…ele não vai, não vai aderir ao PAE, por que, o cara tem 70 anos, gente, 70 anos, ele quer vir pra cá, por que a mulher dele, não quer que ele fique em casa, gente, isso aqui não é clube….nós vamos nos desmoralizar com isso..” A expressão feita pelo presidente da empresa se choca com o que vive pregando o governo Temer, pois, uma das justificativas da reforma da previdência do governo é que as pessoas devem se aposentar mais tarde, devido a expectativa de vida do brasileiro ter aumentado consideravelmente, então, partindo desse pressuposto, o próprio Wilson Pinto é contrário ao que prega o governo Temer, para o governo, quem tem 70 anos é um jovem na “flor da idade”, mas, para Wilson Pinto, quem tem 70 anos é velho e deve ir pra casa.
PARTE 4 – O SUPER SALÁRIO DO PRESIDENTE
Sobre os salários de 30 e 40 mil reais, Wilson Pinto comete talvez um dos maiores atos falhos de toda sua verborragia, ao dizer que tem um monte de safados ganhando esses valores, na verdade as afirmações atentam contra si próprio, pois, um dos primeiros atos do presidente da Eletrobras, foi aumentar seu próprio salário. Vejamos o que diz a reportagem de Helena Borges, do site The Intercept – Brasil, intitulada *“EM PLENA CAMPANHA POR CORTES, ELETROBRAS ELEVA EM 29% GASTOS COM REMUNERAÇÃO DA DIRETORIA.” Segundo a matéria, o custo dos pagamentos dos administradores (diretores, membros do conselho administrativo e conselheiros fiscais) subiu de R$ 8.9 milhões anuais para R$11,5 milhões. O aumento, no entanto, ainda ficou longe da proposta feita pelos diretores, capitaneados por Wilson Pinto: eles pediam que o aumento do gasto global com suas remunerações fosse de R$18,4 milhões. Até então, a remuneração de Ferreira Junior — alçado ao cargo por Michel Temer em julho de 2016 —, bem como os de cada um dos seis diretores, todos desta nova gestão, era de R$ 93.027,32 mensais. Questionada sobre a distribuição do aumento, a Eletrobras afirmou que os dados ainda não foram publicados, mas devem ser até o fim de maio.
*acessado no endereço, https://theintercept.com/2017/05/05/em-plenacampanha-porcortes-eletrobras-eleva-em-29-gastos-com-remuneracao-da-diretoria/
PARTE 5 – SALÁRIO DO PRESIDENTE OFENDE TETO DO STF.
Wilson Pinto ganha por mês, mais de 3 vezes, do que aqueles que ele chama de vagabundos. Basta observarmos o site *Econoinfo, que mostra a remuneração prevista para os diretores da empresa para o ano de 2017 será por volta de R$ 1.480.635,30 (Um milhão, quatrocentos e oitenta mil, seiscentos e trinta e cinco reais e trinta centavos). Isso tudo sem contar o pro labore, que ele deverá receber por fazer parte dos diversos Conselhos de Administração das empresas da holding Eletrobrás. Muitos não saem, mas, uma das primeiras medidas de Wilson Pinto foi alterar os estatutos das empresas assim que assumiu a presidência da Eletrobras, ele agora faz parte de todos os conselhos e ganhando por isso. O teto salarial do funcionalismo público tem como base, o salário de um ministro do STF, que é por volta de 39 mil reais, Wilson Pinto com salários e pro labore recebe mensalmente o equivalente aos rendimentos de 3 ou mais ministros da suprema corte brasileira, fora secretaria, vaga na garagem, motorista, etc.
PARTE 6 – O ACÚMULO DE VANTAGENS LEGAIS, MAS, IMORAIS.
Em uma de suas falas o presidente Wilson Pinto diz o seguinte: “A sociedade não quer pagar pelos nossos privilégios, são percebidos como privilégios, vocês estão defendendo às vezes um cara como esse….” Realmente a medida tomada pelo presidente em incorporar à remuneração, além do salário, o PRO LABORE, também conhecido como JETONS, são de fato privilégios de pouquíssimos. A medida mesmo que seja considerada legal, é imoral e contrasta com o discurso do presidente da Eletrobras. Juntar salário e JETONS, é medida usada por diretores de estatais, e no caso de ministros de estado, já foi denunciado em reportagens, como a do *Estado de São Paulo. A matéria diz: “o artifício largamente empregado em governos passados para proporcionar uma remuneração de mercado a integrantes do primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios, os conselhos de administração e fiscal de estatais e empresas públicas continuam a ser usados para turbinar os salários de ministros de Estado….” Fica claro que o discurso de moralidade se perde, quando se passa a averiguar em detalhes a gestão de Wilson Pinto.
*http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,salario-de-13-ministros-extrapola-teto-de-r-26- 7-mil,858418
PARTE 7 – FÉRIAS AOS 6 (SEIS) MESES DE TRABALHO.
Todos os empregados da Eletrobras, inclusive seus diretores são regidos pelo regime celetista, sobre as férias, a CLT diz em seu artigo 129, que todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Precisamente no artigo 130, está previsto que após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção. Pois bem, todo o discurso de moralidade propalado pelo presidente se perde, simplesmente pelo fato do mesmo ter tirado férias ou algo parecido antes de trabalhar 1 (um) ano. O presidente assim, se colocou acima da lei, dos seus pares, e dos empregados das empresas, ao se conceder uma benesse única. Realmente concordamos que a sociedade não pode pagar por NOSSOS PRIVILÉGIOS, em particular no serviço público, contudo, esse privilégio é mais um que somente Wilson PINTO detém. É uma pena que Wilson Pinto se beneficie de todas as regalias que condena, Wilson Pinto é mais do mesmo.
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