Cercada de bastante expectativa, a primeira rodada de negociação da campanha salarial 2019/2020 foi realizada nesta quinta, 24, em Recife. Nesta rodada a holding apresentou sua proposta para as cláusulas contidas na pauta de reivindicação aprovada nas assembleias pela categoria. Embora seja considerado positivo o início do processo negocial com apresentação de proposta e discussão sobre os itens, os números oferecidos pela Neoenergia ainda estão distantes de reconhecer o esforço de cada trabalhador do grupo e sua contribuição para o crescimento das empresas, que por sinal tiveram no último trimestre crescimento de 19,7% em relação ao ano anterior. Ressaltando que em 2018, os números contrastavam com uma crise que o país atravessava e, ainda assim, as empresas demonstraram crescimento considerável nesse cenário adverso.
Em 2019, a história se repete: os resultados de todas as empresas que compõem o grupo são extremamente favorável, inclusive em uma conjuntura de mercado mais favorável, o que não justifica a limitação da direção da holding em oferecer uma proposta tão distante do que merece os trabalhadores.
A Intersindical, representadas pelos dirigentes da Intersindical (Pedro Damásio – (Sintern/RN, Elton Barbosa, Pompeu Henrique e Josenildo – Sindurb/PE, e José Paixão – Sinergia/Ba) argumentou que a Neoenergia não pode deixar de reconhecer a importância de cada trabalhador no sucesso alcançado nos últimos anos. “É a atuação comprometida de cada eletricitário que mantém a holding e suas empresas fortes no mercado, inclusive com crescimento amplo a cada ano. Nem nos momentos mais adversos as empresa sofreram qualquer tipo de revés, pelo contrário, os trabalhadores sempre deram os resultados esperados pelos acionistas e, por isso, merecem serem reconhecidos pelo desempenho sempre destacado”, frisaram os dirigentes da Intersindical.
PROPOSTAS – Nas discussões das cláusulas, a vigência proposta foi aceita e o Acordo a ser construído terá validade até 30 de setembro de 2020, retroagindo o reajuste e demais itens de caráter econômico a 01/10/2019. O reajuste, no primeiro momento do debate, teve uma proposta indecorosa de dividir a categoria, sendo de 2.92% para quem ganha até R$ 4.000 mil reais e, para quem ganha acima desse valor, R$ 116,80 sobre o salário (parcela fixa). A Intersindical repudiou com veemência essa proposta, que foi retirada pelos representantes patronais. No segundo momento, apresentou proposta de repassar o reajuste da seguinte forma: ICV DIEESE de 2,47% (86% do INPC) para todos. O Piso de R$ 1.800,00 proposto pela Intersindical foi negado e mantida a proposta de R$ 1.402,00, conforme praticado atualmente. No Ticket, a Neoenergia apresentou uma proposta de reposição da inflação, retroativo a 1 de outubro. Já o Abono teve proposta de R$ 1.000,00, contudo a Neoenergia afirmou que é necessário pensar uma outra solução do abono para os outros anos.
Os demais itens tiveram as seguintes respostas: Empréstimo emergencial – Negado; Férias – não discutido, pois já está acordado nos ACts locais; Fundação – Está tratando separadamente; PCCS – Carta Compromisso de assumir a tratativa, realizando discussão após fechamento do ACT; Garantia de emprego – manter as redações que já existem nos ACT’s locais; Conselho de Administração da Celpe – Negociação direta com a Gerente da Celpe.
Números distantes
Na avaliação da Intersindical, as propostas apresentadas estão distantes do desejo da categoria. A tática da Neoenergia segue a mesma: desgastar a categoria e tentar impor uma proposta rebaixada para a categoria. Lamentamos que, mesmo com números tão positivos alcançados pelas empresas, a holding insista em não valorizar os seus trabalhadores, colocando em mesa números rebaixados.
Esgotada as negociações diante da suposta limitação em avançar, os dirigentes sindicais lamentaram que a holding não tenha posto propostas mais avançadas, mas salientou a importância de manter o canal de negociação aberto, buscando a construção em mesa de uma proposta que contemple os interesses da categoria.
Para dar prosseguimento ao processo negocial, uma nova rodada foi agendada para o dia 06/11, no Rio de Janeiro, com a direção da holding. Nesse segundo encontro, a expectativa é que a Neoenergia traga uma proposta mais próxima da realidade dos trabalhadores. “Estamos dispostos a construir um acordo em mesa, dentro do processo de ganha-ganha, mas, acima de tudo, que represente o desejo e o reconhecimento dos eletricitários do Grupo. Neste sentido, esperamos que a Neoenergia avance nas negociações”, finalizaram os dirigentes da Intersindical, convocando a categoria a manter-se mobilizada para obtermos um acordo justo.
1- Vigência: Fechado
2 – Piso: Negado
3 – Ticket: 2,92% inflação
4 – Abono: R$ 1.000
5 – Empréstimo: Negado
6 – Férias: Negado, alegando já está acordado
7 – PCCS: Carta compromisso
8 – Fundação: Estudar uma Maneira de evoluir
9 – Conselho: Discussão Celpe e Sindurb
10 – Estabilidade de emprego: Negado
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