E ra de se esperar algo mais agradável para a categoria, mas a Neoenergia insiste em manter os números ainda distantes do que os trabalhadores merecem. Na rodada realizada no Rio de Janeiro, os dirigentes sindicais fizeram um esforço gigantesco para conseguir arrancar pequenos avanços. A reunião seguiu por horas, terminando por volta das 22h e foi marcada pelos embates acirrados entre das duas bancadas. Os dirigentes da Intersindical foram enfáticos em abordar a lucratividade das empresas para justificar a apresentação de uma proposta melhor em mesa. Já os representantes da Holding, alegavam limites impostos para manter os seus números. Na prática, a postura da Neoenergia é de cansar os trabalhadores para tentar impor o seu desejo.
Se por um lado a Neoenergia fala em limites, a Intersindical, através de seus dirigentes desmascaram os representantes com dados. “No 1º semestre de 2019, a receita operacional líquida do grupo Neoenergia atingiu R$ 13,5bilhões. Este valor é 15,7% maior que a do mesmo período de 2018, quando já havia alcançado R$ 11,7 bilhões”, destaca o coordenador da Intersindical José Fernandes.
Pressionada pelos dirigentes sindicais, que rechaçaram a primeira proposta colocada em mesa na reunião, a Neoenergia teve que recuar e avançar um pouco nos números, que seguem ainda distante do que deseja e merecem os trabalhadores. Confira como ocorreu a sequencia das propostas:
Primeira proposta da Neoenergia na reunião
1- Vigência: Fechado
2- Reajuste: 2,70% (ICV Diesse)
3– Piso: Negado
4 – Ticket: 2,92% (INPC) (23/folhas)
5 – Abono: R$ 1.350 (2019) + Cesta básica (2020)
R$ 112,50 (sem IR)
6 – Empréstimo: 1500,00 (apenas com margem)
7 – Férias: Mantido ACT vigente (fechado)
8 – PCCS: Comissão Paritária (com 3 meses para Fechamento, com 1 membro de cada sindicato)
9 – Fundação: Estudar uma Maneira de evoluir
10 – Conselho: Discussão Celpe e Sindurb (Fechado)
11 – Estabilidade: 30 meses, indenizável
Proposta Intersindical
1- Vigência: Fechado
2- Reajuste: INPC (2,92%) pleno +2% GR
3– Piso: 1600
4 – Ticket: 40,00×25 + 180 de cesta básica
5 – Abono: R$ 3.200,00
6 – Empréstimo: 3200 (sem margem)
7 – Férias: Mantido ACT vigente (fechado)
8 – PCCS: Elaborar calendário para 1 reunião em dez de 2019
9 – Fundação: Neoenergia deve custear cursos capacitação para formação de dirigentes
10 – Conselho: Discussão Celpe e Sindurb (fechado)
11 – Estabilidade: 36 meses, não indenizável
Segunda proposta da Neoenergia na reunião
1- Vigência: Fechado
2- Reajuste: INPC pleno 2,92%
3– Piso: 1.402 vigente
4 – Ticket: INPC 2,92% (23/folhas) 5 – Abono: R$ 1.500 (2019) + Cesta básica (2020) R$ 125,00 (em ticket) (sem IR)
6 – Empréstimo: 2000 (com margem)
7 – Férias: Mantido ACT vigente (fechado)
8 – PCCS: Até maio/2020 fechar – dando início em dez 2019, ficando 1 semana em Natal para proceder nas discussões.
9 – Fundação: (concordam com o curso)
10 – Conselho: Discussão Celpe e Sindurb
11 – Estabilidade: 30 meses, indenizável
Números distantes
F alta de respeito. Não podemos definir de outra forma a postura da Neoenergia na mesa de negociações. É preciso que a holding entenda que os resultados alcançados em todo estes anos é o fruto da dedicação diária de cada trabalhador. Sem eles, o lucro (cada vez maior) que agrada os donos do negócio não seria possível. Ocorre que este reconhecimento não é feito, principalmente na campanha salarial. Diferente de outros ramos de negócio que passam por uma situação desfavorável, o mercado de energia é extremamente seguro e não tem ameaça de revés, muito pelo contrário. Todos os anos, o lucro das empresas segue crescendo.
O esforço dos dirigentes sindicais em sensibilizar a bancada patronal parece ser em vão. Na prática, os avanços que queremos só vai ocorrer com a mobilização da categoria. Essa é melhor resposta que os trabalhadores podem dar a Neoenergia. Essa semana, os sindicatos irão apresentar nas assembleias a última proposta deixada em mesa pela holding. Será o momento de definirmos nossa posição e mostrar a nossa força. A vitória é sempre do tamanho da nossa luta!
Neoenergia quer acabar abono
A Neoenergia vem afirmando que quer acabar com o abono. Nas negociações, a Intersindical já deixou claro que não aceita essa proposta. O entendimento dos dirigentes é que o abono já faz parte da cultura de benefícios que os trabalhadores têm. Retirar o abono, portanto, representa uma perda significativa, inclusive no planejamento financeiro de cada trabalhador.
Inicialmente, a proposta da Neoeneregia é que o abono seja substituído por uma cesta básica permanente. A bancada sindical mostrou-se contrária a esta proposta e vai levar a sua posição para a categoria avaliar. “Deixamos claro que não iremos aceitar, sob qualquer condição, a retirada do abono é um prejuízo incalculável. A categoria não irá aceitar essa imposição perversa da Neoenergia”, frisou Fernandes.
Próxima reunião
A próxima rodada de negociação será realizada no Rio de Janeiro, nos dias 21 e 22 de novembro. Nessa oportunidade, a Intersindical vai levar a decisão das assembleias.
As assembleias serão realizadas nos estados de 11 á 14/11. Construir uma campanha forte é responsabilidade de todos! Participe das assembleias. JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!!!
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