A mesma desculpa. A mesma insensibilidade e a mesma frieza. Estamos falando do tratamento dado pelas empresas do Grupo Neoenergia com os seus trabalhadores. Na mídia e nos seus canais de comunicação é estampado a imagem de uma empresa que preserva e valoriza os seus trabalhadores, mas a realidade é bem diferente dos holofotes midiáticos e das páginas de sua revista corporativa.
A verdade é que as empresas do grupo Neoenergia são perversas e fazem questão de demitir com requintes de crueldade com a desculpa de “baixa performance do colaborador”. A Intersindical Neoenergia condena as demissões reiteradamente praticadas pelas empresas do grupo Neoenergia. Todas elas sem qualquer fundamento ou justificativa, sempre sob a mesma desculpa, que, na prática, não se comprova.
Na Bahia, só no ano passado foram mais de 300 desligamentos, alcançando inclusive empregados em tratamento de saúde. Além de praticar punições injustas em trabalhadores, quando os fatos são denunciado em jornal sindical, seus algozes abrem processo judicial contra o sindicato, tudo isso validado e, até estimulado, pela empresa. Com as denúncias dos fatos, ao invés de interromper as injustiças e demissões, a empresa tenta intimidar o sindicato com notificação e cartas. O sindicato já estuda o ajuizamento de ação civil pública contra a Neoenergia por práticas anti sindicais, além de outras medidas no campo jurídico.
Em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Campinas também relataram situações de demissões sem nenhuma lógica ou razoabilidade, geralmente precedidas por perseguições ou assédio moral.
Em relação à Neoenergia Brasília, a empresa ameaça demitir 180 trabalhadores, dentre os remanescentes da CEB Distribuição, privatizada em março de 2021. O Ministério Público do Trabalho, que apura irregularidades na demissão coletiva de 46 empregados ocorrida em abril de 2022, já tomou conhecimento dessa intenção da empresa e o STIU-DF aguarda a convocação de audiência para o mais breve possível.
Intersindical repudia demissões
A Intersindical registra seu mais completo repúdio a essa situação, presente em todas as empresas do grupo Neoenergia, e reforça que atuará com todas as medidas cabíveis e em todos os fóruns possíveis para interromper essa prática perversa de demissões desenfreadas, imotivadas e totalmente desconectadas da responsabilidade e sentido público da concessão exercida pela Neoenergia.
O que se comprova é que a decisão de demitir indistintamente é para manter uma lógica de maximizar lucro e espalhar o clima de terror para intimidar os trabalhadores. A situação se comprova inclusive pela falta de argumentos dos gestores no processo de demissão. “Eles não conseguem sequer justificar o motivo de demitir. É uma situação desconfortável e injusta”, lamenta José Fernandes, coordenador da Intersindical.
Os sindicatos, através da Intersindical, seguem fazendo articulações no sentido de denunciar esta prática. “Estamos atuando para evitar que as demissões persistam. A luta é em várias áreas, inclusive com denúncia na OIT e outras esferas. Mas, o fundamental é haver também a união dos trabalhadores na luta para fortalecer as suas entidades e podermos combater esta prática com mais força”, frisa Fernandes.
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