Sindicato evoluiu na proposta do plano, mas empresa mantém posição de realizar reajuste nas alíquotas. Postura da Coelba impede evolução nas negociações
Uma nova rodada de negociação aconteceu hoje, em Salvador, entre a Coelba e o Sinergia. As bancadas deram continuidade as negociações exclusivamente para cláusula do plano de saúde. O Sindicato rejeitou a última proposta da empresa e trouxe uma proposição, considerando a necessidade de equilibrar o plano, mas sem penalizar os trabalhadores.
Na proposta do Sinergia, a correção dos salários com o reajuste que será aplicado deve ser o limite dispensado pelo trabalhador (ativo e aposentado) para equilíbrio do plano, devendo a Coelba assumir, caso seja necessário, qualquer excedente nas faturas da operadora.
Na avaliação do Sinergia, a última proposta apresentada pela Coelba impacta consideravelmente os aposentados. Por sua vez, a empresa tem o resultado do primeiro semestre de 2018 já consolidado com crescimento no lucro de 175%. Dessa forma, o sindicato entende que a empresa tem capacidade e saúde financeira para assumir qualquer excedente que possa haver no plano, caso o impacto dos reajustes nos salários não seja suficiente.
No geral, a proposta do Sinergia conserva o texto do ACT vigente, tendo como premissa básica não haver reajuste para os aposentados e negociar números diferentes do que foi apresentado para os ativos, condicionado ao fechamento da cláusula. Nos debates, chegou a se construir uma alternativa onde se conserva a base do texto do ACT atual, com três concessões para a Coelba:
1 – Garantia de que todos os novos coelbanos ingressarão no plano 2;
2 – Opção de migração do plano 1 para plano 2, para trabalhadores com menos de 9 anos de contribuição, sem possibilidade de retorno para o plano de origem;
3 – Opção de migração do plano 2 para plano 1, para os trabalhadores com mais de 10 anos de contribuição.
Após muito debate entre as partes, a proposta ia se desenhando para o acordo em mesa, mas, lamentavelmente, a Coelba não recuou no que se refere ao reajuste nas alíquotas, mantendo a proposta de alteração no pré pagamento para ativos de 4,75% para 5,46% e, para aposentados, de 15,61% para 17,95%.
Sem consenso, as negociações foram encerradas, já que a empresa informou não haver proposta diferente para o plano de saúde, sem reajuste nas alíquotas. Com a posição da Coelba, as negociações prevista para amanhã, 13, e as inicialmente agendadas no começo da reunião para 19 e 20/11 foram suspensas, já que não há acordo entre as partes em relação ao plano de saúde.
Debate prioritário é sobre o plano de saúde
A bancada sindical lembra que, desde o início das negociações, há o compromisso de discutir prioritariamente a cláusula do plano de saúde, tanto pela sua complexidade como, também, pela sua importância e impacto para os trabalhadores. Esse compromisso inclusive foi acordado no protocolo de intenções das negociações, assinado pelas partes na primeira rodada.
A postura da Coelba, portanto, impede a continuidade das negociações na medida em que impõe uma proposta que penaliza os trabalhadores, especialmente os aposentados, que mesmo com os percentuais praticados têm dificuldade para manter-se no benefício.
Na rodada de hoje, o sindicato evoluiu consideravelmente, inclusive aceitando proposições da Coelba para garantir evolução que resultasse no fechamento da cláusula e, dessa forma, poder evoluir nos demais itens da pauta de reivindicação.
Repúdio em mesa
A bancada sindical repudiou a atitude do gerente Porpino, em Itabuna, que unilateralmente alterou a forma de fornecimento de transporte vigente. A iniciativa do gerente, além de desrespeitar a mesa de negociação, passa por cima da Gerente de GRH, Christiane Tavares, que sequer sabia da mudança realizada por Porpino.
Diante do repúdio em mesa, o sindicato solicitou que as condições para o transporte sejam mantidas, já que não houve nenhuma discussão com o sindicato sobre essa questão. A Gerente de GRH garantiu que irá manter o que vem sendo praticado e revogar a mudança feita à revelia pelo gerente de Itabuna.
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