O jornal Folha de SP divulgou que “a Eletrobras prevê investir R$ 6 bi por ano até 2035, ou o dobro, no caso de sucesso dos planos do governo para capitalizar e privatizar a companhia, disse a maior elétrica da América Latina em fato relevante”.
Como a Folha de SP diz que foi a declaração foi da Eletrobras, através de um representante legal, trata-se de uma irresponsabilidade jamais vista, um atentado contra os princípios da legalidade e da probidade administrativa, pois o somente o acionista majoritário (a União) ou o Congresso Nacional, podem falar sobre a capacidade de investimento de sua Empresa à luz de uma eventual privatização, por se tratar de uma empresa Estatal. À Eletrobras, cabe apenas informar e provar a seus acionistas, em fórum próprio da administração, sobre suas necessidades. Sobre a equalização de como vai ser o investimento em termos de montante e de projeto de financiamento, cabe tão somente ao verdadeiro dono, o Estado brasileiro!
Entretanto, parece-nos que a impunidade e as “costas largas” advindas de uma ambição sem tamanho, com o poder de fogo que tem os padrinhos dessa atual Diretoria Executiva da Eletrobras (os grandes fundos abutres de investimento, encabeçada, no caso, pelo bilionário especulador Jorge Paulo Lemann, também padrinho de Sra. Elvira Presta na Eletrobras), que a atual diretoria já está se julgando maior e mais poderosa que o Estado brasileiro, desconsiderando seus três poderes. O Executivo, o Judiciário e o Legislativo não podem ser desrespeitados de forma tão afrontosa!
O fato relevante divulgado pela Eletrobras, no entanto deixou de informar:
(i) Por que a Eletrobras, mesmo tendo todas as condicionantes ao Investimento (caixa, crédito, baixos spreads, parceiros privados, etc), sob a batuta de Wilson Pinto Junior (Capitão do Mato de Lemann), desistiu de entrar nos leilões da Aneel, sabendo-se que qualquer empresa com as mesmas condicionantes já estaria investindo?
(ii) De onde os outros R$ 6 bilhões sairiam?
(iii) Quem bancaria esses investimentos “em dobro”, ou seja, haveria pagamento em dobro pelos consumidores, por energia velha e já amortizada? Obviamente que não divulgou e jamais divulgaria, pois a declaração trata-se de uma
falácia.
Sra. Elvira Presta, a ciência econômica a desmente! Não são algumas matérias publicadas em meios de comunicação – muito bem pagos por sinal – que vão convencer a sociedade a pagar duplamente pela ganância de seus verdadeiros patrões, os grandes fundos de investimento gananciosos, que são acionistas minoritários da Eletrobras, encabeçados
pelo projeto de dinheiro fácil da 3G do Sr. Jorge Paulo Lemann.
O fato relevante divulgado pela Eletrobras, além de ser tendencioso, representa uma falta de respeito e um atentado à inteligência da sociedade. Ao final do Fato Relevante faltou o seguinte Disclaimer: “Senhores consumidores sabemos que vocês já pagaram pela energia; que sem novos pagamentos o projeto de privatização não fica em pé; que nossa prioridade é os interesses
de terceiros (o maior deles, aliás, o bilionário que me indicou para a Eletrobras); que não temos compromisso com a ética e a transparência, nem com a economia, a renda e os empregos dos brasileiros; que só queremos que aprovem a venda da Eletrobras por R$ 14 bi (que já tem R$ 14 bi em caixa e tem um parque gerador e transmissor que hoje custaria R$ 500 bilhões para ser construído); que paguem contas de energia bem mais caras e sem reclamações e questionamentos.
Quanto ao investimento em dobro (de até R$ 201 bi até 2035) em caso de privatização, não levem isso muito a sério, trata-se de uma ilusão utilizada para alimentar o discurso de venda e enganar os incautos, pois a ciência econômica demonstra que com as condicionantes de investimento que a Eletrobras possui atualmente, já poderia multiplicar seu potencial de investimento com capital próprio por menos 03 vezes, mas não fazemos isso para não demonstrar que estamos enganando.
Temos investidores privados, bancos comerciais e de investimentos, grandes fornecedores de bens e serviços, parceiros privados e mão de obra qualificada à nossa disposição, como comprovaram as recentes operações de mercado que fizemos, mas não podemos enaltecer isso, pois seria tornaria inexplicável o nosso golpe na praça. Nunca os novos donos vão fazer investimento nem em dobro nem em nada, eles não gostam de aplicar recursos em empreendimentos novos e com retornos em longo prazo, (a não ser que apareçam uns tolos para pagar energia em dobro).
Nossos verdadeiros patrões, que me garantiram aqui na Eletrobras, gostam de dinheiro fácil, sem risco, eles preferem ativos prontos e já amortizados com retorno a curtíssimo prazo, se possível com um caixa abarrotado, com pelo menos R$ 14 bi.” Insistiremos na justiça, apesar do silêncio leniente das instituições reguladoras, CVM, TCU e MPF, e consideramos que por continuar atentando contra a inteligência da sociedade e a economia do país, em flagrante desrespeito e irresponsabilidade, a Diretoria Executiva e o Conselho de Administração deveriam entregar suas cartas de demissão ou serem retirados da Eletrobras POIS SÃO UMA VERGONHA PARA EMPRESA E PARA NAÇÃO!
(Reprodução do boletim da Aeel)
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