Lideranças sindicais das três empresas avaliaram o cenário e discutiram estratégias para manter a Celpos, Fasern e Faelba
Garantir que a proposta de fusão das Fundações não se consolide. Este foi o objetivo do Seminário realizado no último dia 26/09, em Recife, com a participação de representantes dos três sindicatos que compõem a Intersindical Neoenergia. Na avaliação, há o consenso que a criação da chamada Néos, arquitetada na surdina pela holding, é um golpe nos participantes (ativos, assistidos e pensionistas).
O seminário serviu para aprofundar o debate sobre a situação imposta pela Neoenergia e encontrar alternativas de luta para impedir que se consolide o que a holding deseja. Uma das ações imediata é solicitar no Conselho de Administração da Cosern e da Coelba informações sobre o Estatuto e o Regulamento da Néos. “Precisamos saber o que exatamente está sendo proposto e quais os prejuízos decorrentes dessa investida”, destacou José Fernandes, coordenador da Intersindical.
Durante o Seminário, os dirigentes sindicais fizeram um conjunto de propostas que devem ser implementadas em cada estado. O estímulo a filiação à ANAPAR é fundamental para fortalecer a resistência e garantir um parceiro importante, já que a Associação tem por princípio a defesa dos Fundos de Pensões e dos interesses dos assistidos de modo geral. Os dirigentes também avaliaram que é o momento de solicitar do Ministério Público uma posição sobre essa investida da Neoenergia.
“Precisamos questionar e exigir que o MP se manifeste sobre essa tentativa de golpe contra os trabalhadores”, salientou Pompeu Henrique, Vice-Presidente do Sindurb e Diretor de Benefícios eleito pelos participantes da Celpos. Além de diversas outras atividades integradas, os sindicatos vão procurar os principais candidatos aos governos dos estados para se posicionarem sobre a situação.
“Este é um debate que interessa, já que além da preservação dos interesses dos assistidos pelas Fundações, todo conjunto, inclusive os investimento e geração de renda serão comprometidos em cada estado”, destacou Dailton Pedreira, dirigente do Sinergia. Através da Intersindical, será solicitado uma reunião com a direção da Previ, que é acionista da Neoenergia e pode sofrer com o conflito de interesses, caso a Néos seja criada.
Os dirigentes sindicais entendem que é um momento oportuno para que a Previ se manifeste também sobre essa questão. De um modo geral, o Seminário traçou uma série de ações e permitiu coletivamente essa questão fosse analisada. Do ponto de vista da estratégia nem todas as ações serão informadas para não haver derrota tática na disputa com a Neoenergia sobre a manutenção das nossas Fundações.
A LUTA EM DEFESA DAS FUNDAÇÕES É DE TODOS NÓS!
A Intersindical esclarece que o seminário de Recife será reproduzido para todos os dirigentes sindicais e trabalhadores participantes e assistidos em cada uma das empresas. “As fundações pertencem aos trabalhadores e já que a Neoenergia não os considera, os sindicatos têm a obrigação de informá-los e esclarecê-los para organizar a luta”, salientou o conselheiro eleito da Faelba, Antônio Guedes.
Uma nova reunião entre os dirigentes sindicais deverá ser realizada no próximo dia 24/10/2018, em local a ser definido, para avaliar o andamento das ações e definir quais os próximos passos a ser dado nesta luta. “Importante que os trabalhadores saibam que as lideranças sindicais, através da Intersindical, estão atuando com empenho para manter fortes as nossas Fundações e impedir essa investida escusa da Neoenergia”, destacou Fernandes.
Responsabilidade coletiva – Sobre este processo de criação da Néos, além da luta para preservar intactas as nossas Fundações, é preciso que haja uma compreensão de que todos os atores envolvidos serão afetados. Assim, tanto os representantes eleitos pelos trabalhadores nas Fundações como os indicados pela patrocinadora devem ajudar a manter o nosso patrimônio.
O Diretor de Benefícios eleito pelos participantes da Celpos, Pompeu Henrique lembra que há responsabilidade coletiva sobre qualquer dano para os participantes em uma eventual unificação das Fundações. “Não sabemos o que há dentro dessa caixa preta e o que pode ocorrer de prejuízos é uma responsabilidade compartilhada, por isso todos os envolvidos têm a obrigação de defender as nossas Fundações, sob pena de responsabilização civil”, lembra Pompeu.
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