Um dos capítulos mais nefastos da história política do nosso país foi vivenciado em 2016. Inconformados com o resultado das urnas, setores reacionários, apoiados por uma mídia golpista, iniciaram uma verdadeira cruzada contra a então presidenta Dilma Rouseff, eleita democraticamente pela maioria dos brasileiros.
Sob a esdrúxula alegação de crime de responsabilidade fiscal, que diga-se de passagem nunca foi provado, Cunha, Temer, Renan, Geddel e outros políticos de direita deram um verdadeiro golpe na nossa democracia. Estes mesmos hoje estão presos ou respondem por atos comprovadamente delituosos.
O missivista Michel Temer encabeçou um governo de enrolados na Operação Lava Jato, sem ministra, sem ministro negro, com venda de patrimônio nacional e intenção de fulminar conquistas da classe trabalhadora. Um governo, indiscutivelmente, ilegítimo.
Durante todo esse período de disputa, a direção do Sinergia alertou os trabalhadores para o que estava em jogo. Por traz da pele de cordeiro, abutres da política, mídia golpista e empresários dos diversos setores revelaram, através das últimas medidas, o que estamos acompanhando, o objetivo real do golpe.
Atualmente, nos deparamos com as inúmeras tentativas de retirada de direitos e esfacelamento do Estado. Vale a pena lembrar que no dia da votação da famigerada PEC 55 ficou evidente a política da terra arrasada, que aniquila a educação pública, destrói o SUS, dificulta o acesso a aposentadoria, privatiza as empresas públicas, fazendo a felicidade das elites parasitárias, que especulam com juros.
Nunca é demais dizer que este projeto foi derrotado nas urnas. Após o golpe, os abutres golpistas assumiram o seu elitismo anti-povo sem grandes disfarces. Só puderam aprovar a PEC 241com a pancadaria comendo solta do lado de fora do Congresso Nacional. Cenas lastimáveis, detestáveis, típicas de uma ditadura que, não tendo argumentos, argumenta descendo o cacete em quem discorda dela.
O setor elétrico, principalmente a Eletrobras, é alvo de investida do governo. Há uma clara intenção de desmontar a holding e demitir trabalhadores para entregar o patrimônio do povo brasileiro ao capital estrangeiro. Na última semana, o Dieese mostrou que o plano de reestruturação apresentado pela nova Direção da Eletrobras tem como foco a redução de metade do quadro de pessoal, deixando a empresa com perfil de empresa privada.
Além disso, a redução dos investimentos e a venda de empresas deverá reduzir a participação do Grupo no mercado de energia como um todo. O plano mostra um enorme desrespeito com trabalhadores, sobretudo das empresas de geração, entre elas, a nossa Chesf, que não vem sendo respeitado sequer os Planos de Desligamento.
Diante desse cenário, temos claro que 2017 será um ano de muitos embates. Precisamos defender os nossos direitos, blindar as nossas empresas e assegurar os nossos postos de trabalho. Para esta guerra, a consciência, unidade e participação dos eletricitários será fundamental. Será um novo tempo, apesar dos perigos. Estaremos em cena, estaremos nas ruas, quebrando as algemas…
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