Doação de Wilson Pinto Jr. para campanha de quem o indicou o cargo de presidente da Eletrobras é imoral e antiética

Wilson Pinto Junior, presidente da Eletrobras, e Sinval Gama, ex-presidente da Chesf, retribuem suas nomeações por meio de generosas contribuições para a campanha de deputado federal do ex-ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

Todo cidadão ou cidadã é livre para investir o seu dinheiro com o que melhor lhe convier. Alguns fazem aplicações financeiras pensando no futuro, outros compram presentes como forma de agradecimento (às vezes também pensando no futuro). Mas é certo que algumas pessoas precisam ter cuidado sobre o empenho de seus ganhos para não quebrar a ética e a moralidade de algumas relações que, por esses princípios, são permeadas.

Em tempos de campanhas, por uma questão de bom senso, algumas atitudes devem ser evitadas.

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) pesquisou no site do TSE, aberto a todos os brasileiros, as receitas de campanha para deputado federal por Pernambuco do ex-ministro Fernando Coelho Filho, que foi a “caneta” do processo de privatização da Eletrobras.

Nas receitas de campanha aparecem as doações de Wilson Pinto Junior (no valor de R$ 15 mil) e de Sinval Gama (no valor de R$ 5 mil). Detalhe, nenhum dos dois vota em Pernambuco. Apesar de serem doações legais, o que questionamos é a ética e a moralidade delas.

O CNE considera prática imoral e antiética quando um gestor público e um executivo, nomeados para empresas controladas pela União, se tornam financiadores da campanha de quem os indicou.

Os paladinos do moralismo na gestão de estatais, defensores do fim da ingerência política das nomeações, usam estes artifícios para se perpetuarem no poder.

O discurso de gestor premiado não é compatível com as práticas que tornam suspeitas certas atitudes, dando a entender que é uma espécie de compadrio. Então, se assim o for, sugerimos jogar estes prêmios duvidosos no lixo.

Esse tipo de executivo traz a marca e as práticas do governo Temer tatuadas na sua trajetória profissional. Não adianta esconder ou não admitir que faça parte deste vergonhoso momento da história política do Brasil.

Impressiona que, além dos citados, o ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente, nomeado pelo ex-ministro, também deu contribuição generosa de R$ 25 mil para a campanha de Fernando Coelho Filho. A mesma coisa o ex-presidente da EPE, Luiz Augusto Nóbrega Barroso, que doou R$ 10 mil.

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