As recorrentes situações de acidentes e descasos de empresas terceirizadas ligadas a Chesf têm preocupado os trabalhadores. Para discutir essas questões, os dirigentes da FRUNE tiveram uma reunião na última sexta, 22, com o Presidente João Henrique, o Diretor de Operações Tony, o Diretor Financeiro Jenner e demais membros da alta gestão da empresa, ente eles: Victor (Parceiro de Negócios de RH/Chesf) Petersson (Gerente da área de segurança) Karla Kan (relações sindicais) e Rodrigo Lyra (Assessor da Presidência). Já pela Frune, os dirigentes Júlia Margarida, Wellington Soares, José Hollanda, Paulo Souza e Mozart Bandeira, representaram a entidade.
A reunião foi solicitada logo após a FRUNE tomar conhecimento de mais um acidente com veículo terceirizados da Chesf. O acidente, lamentavelmente, resultou em mais uma morte de trabalhador, terceiro somente este ano. As questões de segurança, saúde e política de terceirização preocupam a Federação que tem percebido a precarização dos serviços e o aumento elevado do número de acidentes. Os dirigentes expuseram a essa preocupação aos gestores da empresa. “Estamos com uma base adoecida, que precisa ter paz. Todos estão apreensivos com as incertezas e com o descuido da empresa”, lamentou o diretor da FRUNE, Wellington Soares, durante a reunião.
TERCEIRIZADOS – Os dirigentes da FRUNE relataram um conjunto de situações envolvendo os trabalhadores terceirizados e apresentam propostas que devem ser analisadas pela empresa na área de segurança do trabalho (precarização, desligamentos acidentais, rotatividade dos operadores terceirizados, etc), reforçando a necessidade de primarização nas atividades permanentes. A abordagem inclusive relembrou o caso das distribuidoras (Neoenergia, Equatorial, ENEL), que após uma série de situações que envolveu acidentes com terceiros, decidiram primarizar as atividades essenciais das empresas. No Ceará temos inclusive o aditivo específico da ENEL com o Sindeletro Ceará. “A Chesf precisa rever sua política de terceirização e primarizar as atividades fim. Esse tem sido um movimento de mercado realizado no setor de distribuição, a terceirização reduz custos no primeiro momento, mas ela custa caro para o negócio e literalmente mata trabalhadores”, destacou Mozard Bandeira.
Ainda sobre as questões mais preocupantes, os dirigentes da FRUNE reforçaram a preocupação com o trabalho isolado de algumas áreas da operação. “Não há a mínima condição de existir trabalho isolado na Chesf”, foi enfático em sua resposta, o presidente da empresa. Henrique reforçou que há um canal aberto para denunciar a existência dessa prática em qualquer instalação da empresa. Os sindicatos solicitaram e a empresa irá monitorar a ocorrência de eventuais caso. Houve também o compromisso de avaliar a medida que substituiu vigilantes armados por agentes de portaria nas instalações da empresa, o que põe em risco o sistema e os empregados.
Seguindo os debates do encontro com o presidente, foi abordado, ainda, os assuntos da pauta nacional, mas estas questões serão tratadas diretamente com a Eletrobras, inclusive as diárias de viagem e os planos para área de saúde e previdência. Sobre o ACT específico, a FRUNE reforçou a necessidade de finalizar sua construção com o diálogo em mesa. Evoluímos na questão do turno de 8h, no km rodado, implantação do banco de horas como uma medida para unificar a prática na Chesf, queremos fechar o acordo um acordo justo para os trabalhadores.
Sobre todas as questões, João Henrique se mostrou muito solícito. Afirmou que a Chesf tem vários projetos para levar a cultura de segurança a todos os trabalhadores (próprios e terceirizados) e que a meta da empresa é ter acidente zero. Henrique falou sobre os vários programas na área de segurança que serão anunciados. “Em breve todo o grupo Eletrobras terá as chamadas regras de ouro para o trabalho seguro, que ocorrerá em conjunto com o programa de treinamento nas empresas. Ao ser questionado sobre a primarizacão, o presidente informou que existe um projeto em andamento para as atividades permanentes da área operacional.
Na avaliação dos dirigentes, a reunião foi boa. O diálogo permitiu a troca de ideias e o entendimento que precisamos construir uma agenda positiva para os trabalhadores. Essa foi a segunda vez que a FRUNE se reuniu com o presidente da empresa. “Devemos manter esse canal aberto para levar o sentimento da categoria. Somos a caixa de ressonância dos trabalhadores e devemos lutar pelos seus direitos, cobrando da empresa um ambiente de trabalho saudável e tranquilo”, finalizou a diretora de energia da Frune, Júlia Marqgarida.
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