De 29 de setembro a 02 de outubro foi realizado o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico – ENASE, um fórum que visa debater o setor, e para infelicidade da nação esteve presente no referido evento o senhor Wilson Pinto Ferreira Junior presidente da Eletrobras. Os participantes do ENASE, que fazem parte do Sistema Eletrobras devem ter ficado confusos durante a fala do presidente da Eletrobras Wilson Pinto no evento, ficaram sem saber se ele realmente estaria falando da Eletrobras ou de outra empresa por onde ele passou e deixou os seus rastros. Ao afirmar que os trabalhadores do Sistema Eletrobras estão felizes, ele certamente teve uma dissonância cognitiva, que o Aurélio explica ser a existência de uma incoerência entre as atitudes ou comportamentos que o indivíduo acredita serem certos e o que realmente é praticado. Felizes? Por quê?
O Sr. Wilson Pinto Junior mente desde a sua chegada à Eletrobras em 2016, quando afirmou que “Acho que o Brasil tem que ter uma boa estatal de Energia, grande e eficiente que é a Eletrobras e suas subsidiárias”. Dilapida o patrimônio da empresa, entregou as distribuidoras por R$ 50,00(cinquenta reais) cada, entrega os parques eólicos a preço vil; chamou trabalhadores e trabalhadoras de vagabundos; contrata várias consultorias para fazer o que o trabalhador da tem capacidade de executar, extinguindo atividades para justificar demissões; contratou uma empresa de comunicação por quase R$ 2 milhões para falar mal da própria Eletrobras; impôs no ano passado, um ACT com redução de quadro de empregados, ao ponto de ordenar um quadro mínimo de 12.088 empregados, não satisfeito, no ACT desse ano, ainda em negociação, quer acabar com benefícios e direitos dos trabalhadores.
A maldade desse senhor não tem limites (insiste, por exemplo, em antecipar os efeitos da resolução CGPAR que altera significativamente o plano de saúde, estabelecendo limite de custeio na ordem de 50% a ser pago pelos trabalhadores nos planos de saúde do sistema Eletrobras, propõe uma rotatividade (demissão) de 1,5%, anual, não permite que as empresas Eletrobras faça investimentos; gasta milhões com contratos de inexigível licitação.
E aí? Quem consegue ser feliz com um indivíduo desses, que sempre que pode, fala mal da empresa na imprensa, visando vende-la a preço vil e satisfazer seus muitos patrões do Mercado. Imaginamos que, entre uma maldade e outra, entre whiskies e cigarros eletrônicos, o Sr. Wilson Pinto Junior pergunte a algum assecla: “-Você está feliz?”. Ao receber um sorriso cúmplice em retorno, o Sr. Wilson Pinto Junior extrapola essa confirmação para os mais de 12 mil empregados do Sistema.
Ele certamente teve um lapso de memória, desconectando-se completamente da realidade e esquecendo-se de como tem tratado os trabalhadores do sistema Eletrobras nesses últimos. Pode ser que tenha se baseado no comportamento dos seus asseclas, que, sorridentemente, cumprem suas ordens na implementação de diversas medidas que, focadas na destruição da Eletrobras, passam por cima de direitos, sucateiam o capital intelectual da empresa.
Infelizmente, a Eletrobras tem um presidente que considera seus trabalhadores e trabalhadoras como inimigos, faz questão de macular a imagem daqueles que diuturnamente, de norte a sul e de leste a oeste, trabalham para que suas subsidiárias CHESF, FURNAS, CGT ELETROSUL, ELETRONORTE, ELETRONUCLEAR, ITAIPU e a AMAZONAS G&T continuem gerando e transmitindo energia segura, confiável e barata para a sociedade brasileira, mesmo em tempo de pandemia. Para ele, o corpo funcional da Empresa representa um peso, razão de suas falas desqualificadoras e ofensivas.
Não obstante às adversidades e ataques, o moral dos trabalhadores e trabalhadoras nunca esteve em baixa, sempre esteve em alta, até porque são trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras, o que é muito maior que qualquer pessoa que ocupe a cadeira de presidente. Com a afirmativa de que “Nós perdemos dinheiro a cada megawatt-hora produzido que produzimos”, fazendo conexão com a fala de que “A agenda da companhia nos últimos quatro anos foi reduzir custos e o maior custo que temos é com pessoal”, o presidente Wilson Pinto Júnior, do alto de sua hipocrisia, busca debitar aos trabalhadores e trabalhadoras o custo do megawatt-hora, deixando de explicitar que sua verdadeira intenção que é o sucateamento da Eletrobras, pois mesmo com dinheiro em caixa deixa de fazer os investimentos que a companhia poderia realizar, com o objetivo de prepará-la para a privatização.
Para ele, normal é o fim da descotização, assim seus amigos que vierem adquirir a Eletrobras possam ganhar mais dinheiro vendendo a energia no mercado livre e a sociedade pagando uma conta de luz com aumento estratosférico com o objetivo de sustentar os lucros abusivos a serem abocanhados pelos grandes acionistas minoritários. A principal agenda da gestão de Wilson Pinto Junior é o esvaziamento e a desmoralização da Eletrobras com vistas à privatização. Responsabilizar os trabalhadores e trabalhadoras é praxe na sua gestão e tem sido fácil. Difícil é retomar os investimentos, realizar concurso público criar projetos que gerem ganhos para a Eletrobras e para a sociedade.
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