COMO SERÁ O AMANHÃ? A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR!

Apesar do pouco tempo na casa, o presidente Wilson Ferreira Jr. vem provocando  inquietações aos trabalhadores. Recentemente, em conversa com os empregados, fez alguns comentários “cômicos”, para não dizer, infelizes, desqualifi – cando o trabalho de muitos trabalhadores que dão o melhor de si para fazer a máquina funcionar. Disse que a casa está com excesso de empregados e de gerentes, arrancando aplausos de muitos que, dispersos, não entenderam a mensagem do senhor Wilson Ferreira Jr. E por falar em GERENTE, não é segredo para ninguém que a diretoria vai acabar com as caixinhas e extinguir o cargo de GERENTE DE DIVISÃO, criando a fi gura de COORDENADOR, conforme apontado nos estudos da Roland Berger.

Segundo informações, antes de acabar com esse cargo, a diretoria aprovou a REVOGAÇÃO da Resolução 368/2012 – “manutenção de valores de gratificação de função”. Tal revogação elimina um instrumento que vem sendo utilizado desde 2012 como uma transição para o colaborador que, por motivos alheios a sua competência, perde o cargo em razão de uma reestruturação realizada na empresa. Consideramos que mudar as regras do jogo no meio do processo em prejuízo aos trabalhadores é um desrespeito. Não é preciso fazer esse tipo de maldade, e certamente essa medida criará passivos trabalhistas para a empresa.

O presidente, que não se considera político, mesmo tendo chegado aqui por indicação política, trabalhou por 18 anos na empresa privada CPFL, e pelo seu discurso se considera “o” expert e veio contribuir com a nossa casa de economia mista. Seja bem vindo, mas, por favor, respeite os trabalhadores!

ELETROBRAS ATUA ESTRATEGICAMENTE PARA O FORTALECIMENTO DA INFRAESTRUTURA DO PAÍS

Enquanto o senhor Ferreira Jr., fazia sua carreira na CPFL acumulando os cargos de presidente e de diretor financeiro e de relações com os investidores, Os trabalhadores da Eletrobras ditos por ele como “os desqualificados” estavam construindo a 2ª etapa de Tucuruí, terminando a instalação das máquinas de Itaipu, construindo as usinas do Rio Madeira, Belo Monte, Teles Pires e de muitas outras pelo Brasil; implantando as interligações Norte-Sul e Norte-Nordeste; viabilizando as interligação elétrica Tucuruí-Manaus-Macapá, sem falar do importante linhão Porto Velho-Araraquara, e de uma infinidade de linhas de transmissão na região sul e sudeste, e de uma série de reforços nas instalações elé- tricas pelo País afora.

Tudo isso foi e vem sendo feito por aqueles que amam e respeitam a Eletrobras e a defendem como uma empresa pública voltada para o desenvolvimento dessa grande nação. Enquanto o senhor presidente estava lá na CPFL buscando lucro para o setor privado, os trabalhadores estavam aqui, implantando o programa Luz para Todos, cuidando dos fundos setoriais, enfrentando as difi culdades impostas pela MP-579, e um custo de GSF (Generation Scaling Factor) elevadíssimo e uma dura seca, tudo sem interrupções nos serviços prestados à sociedade. Os trabalhadores estão apreensivos, temem pelo que vai acontecer e só escutam notícias ruins.

Ainda temos um processo de divisão interna que vem sendo fomentado. É o tal “divida e reine”, ou seja, desqualifi que e tenha pessoas submissas e prontas para fazer tudo, sem questionar. Grite. Não aceite argumentações e estabeleça o medo. Qual seria o objetivo disto: Dividir os empregados da empresa? Deixar o moral da tropa no mais baixo nível? Colocar gerentes novos contra gerentes mais experientes? Reduzir e isolar os demais membros da diretoria colegiada a meros validadores de suas decisões e ideias? Essas ações visam revisar e abaixar, por exemplo, o valor mínimo para venda da CELG, restabelecendo um preço mais atrativo, de forma a facilitar sua “compra” pela CPFL e seus aliados, internos e externos, que visam aumentar suas áreas de concessão, garantindo gordos dividendos aos seus acionistas majoritários e minoritários.

Depois será a vez das outras 6 distribuidoras da Eletrobras do norte e nordeste. Temos um agente do mercado dentro da Eletrobras, com o objetivo de enfraquecê-la, colocá-la de joelhos, para que seus ativos sejam repassados aos grupos privados de plantão? Eles não querem construir nada, eles querem tudo pronto e a preço de banana.

Demissões no horizonte

O presidente, apoiado pela já citada Roland Berger, quer reduzir a Eletrobras e desmontar a nossa empresa, o mais rápido possível. Ele acha que os empregados acima de 40 anos são todos descartáveis e que não contribuem com nada. Nessa linha, segundo fomos informados, em breve haverá reunião de DEE na qual o presidente quer aprovar redução de pessoal na Holding nas seguintes bases: de 1007 para 500 em três etapas: primeira para 750; segunda para 650 e terceira para 500.

Pretende-se uma “economia” de aproximados R$ 210 milhões/ano em função dessa redução de pessoal. O presidente tem conhecimento para saber que isso não resolve o problema da Eletrobras! O que precisamos é de geração de caixa, que diga-se a verdade, foi detonada pela MP 579 / Lei 12.783.

No EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO DAC Nº 16/2016, de junho de 2016, a direção da empresa demonstra que a intenção de redução de pessoal abrange todas as empresas do grupo.

Abaixo, trechos transcritos do referido Edital: “1. Objeto – Prestação de serviços de consultoria para apoio no processo de detalhamento do dimensionamento do quadro quali-quantitativo de pessoal e criação de modelo de gestão do quadro de pessoal. As empresas do escopo são: Eletrobras Holding, Eletrobras Furnas, Eletrobras Eletronuclear, Eletrobras Chesf, Eletrobras Eletronorte, Eletrobras Eletrosul, Eletrobras CGTEE e Eletrobras Cepel.

ESCOPO DOS SERVIÇOS

O trabalho será realizado em três etapas, conforme abaixo: Etapa 1 – Dimensionamento quali-quantitativo do quadro de pessoal das empresas Eletrobras Holding, Eletrobras Eletronuclear, Eletrobras CGTEE e Eletrobras Cepel; Etapa 2 – Dimensionamento quali-quantitativo do quadro de pessoal das empresas Eletrobras Furnas, Eletrobras Eletrosul, Eletrobras Chesf e Eletrobras Eletronorte; Etapa 3 – Criação do modelo de gestão do quadro de pessoal das Empresas”.

Diálogo com os trabalhadores é a melhor saída para a reconstrução da Eletrobras

Somos sabedores dos muitos problemas da nossa empresa, e que precisamos arrumar a casa, mas tudo deve ser feito com critério e preservando o que há de mais importante lá dentro: as PESSOAS.

Podemos citar algumas medidas que carecem, com urgência, da garra e energia do presidente: eliminação de contratações de serviços de empresas de consultorias, que representam um verdadeiro ralo; auditoria nas contratações de escritórios de advocacias sem licitação (que aumentou exageradamente a partir de 2014); auditoria nos processos de contratações; buscar o recebimento da dívida com a Distribuidora Eletropaulo; buscar maior eficiência na gestão das SPE´s; efetividade da área de conformidade (compliance), para que não seja apenas uma “modinha”, que vem e vai ao sabor do humor do mercado, e não acompanha o que realmente interessa; conclusão do drama “arquivamento 20-F, Hogan Lovells e contratações de medalhões a peso de ouro”; solução do BD Eletros; PID nos moldes de 2013; plano de saúde (E-VIDA), que vem sendo cobrado há muito tempo pelas entidades.

Finalizando, convidamos os diretores remanescentes, Armando Cassado, Alexandre Aniz e José Antônio Muniz, a se manifestarem. Os senhores não podem se calar diante dessas medidas cruéis que cairão sobre os trabalhadores da Empresa. Têm o dever de defendê-los, pois várias medidas tomadas pelos senhores em gestões anteriores estão sendo questionadas pelo atual presidente, logo, vocês bancaram o feito, são de sua responsabilidade. Se houve equívocos, então que sejam corrigidos sem perversidade para com os trabalhadores. Mais uma vez nos colocamos a disposição, para contribuir nesse processo de reconstrução consciente da Eletrobras.

Foi solicitada reunião com o presidente da Eletrobras

Para discutir a situação das empresas do Sistema Eletrobras a Federação Nacional dos Urbanitários e a coordenação do CNE encaminharam ofício no dia 15 de setembro solicitando uma reunião em caráter de urgência no dia 27 de setembro, na sede da empresa, no Rio de Janeiro, com o Presidente Wilson Pinto Ferreira Júnior.

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