Foram dois dias de intensos debates para buscar a construção de um ACT com avanços. De uma lado, a Neoenergia tentando impor números distantes do que os seus trabalhadores merecem e, do outro, os representantes sindicais com a árdua tarefa de conseguir sensibilizar a bancada patronal para evoluir no que estava sendo apresentado. Foram diversas idas e vindas, propostas e contrapropostas, ensaios e reflexões de possibilidades para chegar a uma proposta mais justa. Ao final da rodada, a Intersindical finalmente conseguiu alcançar uma proposta mais equilibrada para ser submetida à decisão soberana da categoria.
Os números alcançados em mesa representam avanços e ganhos financeiros para os trabalhadores. É sempre importante destacar que a negociação ocorreu em uma conjuntura adversa para a classe trabalhadora, já que as categorias dos diversos ramos de atividades têm o resultado das suas negociação abaixo da inflação e investidas severas para retirada de direitos. Esse cenário se reflete no processo negocial e faz os dirigentes patronais acompanharem essa tendência. Essa situação, entretanto, foi distanciada na negociação devido a força e a habilidades dos dirigentes da Intersindical.
Sobre a proposta, conseguimos uma evolução considerável em praticamente todos os itens da pauta. No ticket refeição garantimos um reajuste de 5,9%, com a inflação do período de 2,92%, garantindo um ganho real de 2,98%. Ou seja praticamente recompomos a inflação em 200%.
No abono, conseguimos evoluir em valores, tanto no pagamento direto como no valor do chamado Gift Card. O empréstimo emergencial teve evolução em números, assim como o valor do piso, que mesmo diante de muita resistência da Neoenergia, a Intersindical conseguiu ampliá-lo e assegurar um ganho real no seu percentual de reajuste. Consideramos como um avanço importante a ampliação do prazo de estabilidade na Coelba e na Cosern e retirada da possibilidade de indenização na Celpe.
Sobre o reajuste, a bancada sindical fez um grande esforço para alcançar um ganho real em mesa. Sem conseguir esta possibilidade, usou da criatividade para melhorar os números nos demais itens. Ainda assim, assegurou a discussão do PCCS para 16 e 17 de dezembro, em Natal, para efetivamente destravar essa bandeira da categoria.
Na avaliação da Intersindical, o resultado da negociação foi positivo e mostra a capacidade dos sindicatos em conquistar propostas sempre acima da média do que vem sendo praticado no mercado. “Levaremos para decisão soberana das assembleias o resultado desta negociação”, destacou o coordenador da Intersindical José Fernandes.
Rechaçamos o fim do abono
Mesmo com toda insistência da Neoenergia em tentar acabar com o abono para o próximo ano, a Intersindical repudiou essa investida e, além de assegurá-lo, ampliou seu valor. “O abono faz parte da cultura financeira dos trabalhadores e retirá-lo representa um retrocesso inaceitável”, frisou Fernandes, durante as negociações com a Neoenergia.
AVANÇOS IMPORTANTES
PCCS – Antiga reivindicação dos trabalhadores do grupo, o PCCS sempre foi secundarizado pela Neoenergia. Nesta campanha conseguimos assegurar o inicio efetivo das discussões, com compromisso de avançar nesta questão. A primeira reunião para organizar os trabalhos já está agendado para os dias 16,17/12/2019, em Natal.
Estabilidade pré aposentadoria – Cláusula sempre solicitada para avanço, a estabilidade foi ampliada para 30 meses na Coelba e na Cosern e, na Celpe, retirada a possibilidade de indenização.
Ganhos econômicos – Ampliação no valor do Abono, Gift Card e empréstimo, ganho real no Ticket e no piso salarial.
Fundações – Assegurada 05 Vagas para cada sindicato no curso de formação para certificação e seis vagas para participação nos Congressos da EPINE/EPB, Anapar e ABRAP.
***Confira a íntegra da proposta alcançada***
1 -Vigência: 1 ano (de 01/10/2019 à 30/09/2020)
2 -Reajuste: INPC Pleno (2,92%)
3 – Piso: R$ 1.450,00 (INPC Pleno (2,92%+GR 0,43)
4 – Ticket: R$ 920,00 (R$ 40,00×23), (INPC Pleno (2,92%+GR 2,98%)
5 – Abono: R$ 2.000 (pago em 06/12/2019) + R$ 250,00 (Gift Card), a ser pago até 21/02/2020
6 – Empréstimo: R$ 2.800,00 (sem margem) (reajustado em 12% *Disponível em janeiro e fevereiro/2020 – com pagamento em 10x de março à dezembro 2020.
7 – Férias: Mantido ACT vigente
8 – PCCS: Reunião para início dos debates em 16,17/12/2019, em Natal
9 – Fundação: Custeio dos cursos capacitação para formação dos dirigentes
10 – Conselho de Adm da Celpe: Discussão Celpe e Sindurb
11 – Estabilidade de emprego: 30 meses, não indenizáveis para as três empresas
6 – Empréstimo: R$ 2.800,00 (sem margem) (reajustado em 12% *Disponível em janeiro e fevereiro/2020 – com pagamento em 10x de março à dezembro 2020.
A PERGUNTA: ESTE JURO E TRES VEZES PIOR DO QUE A FAELBA!