A todo custo, Governo Bolsonaro tenta privatizar Companhia sem levar em conta sequer a importância econômica, história e cultural da empresa para toda região Nordeste
Lá se vão 71 anos de história e muita contribuição para o desenvolvimento do Nordeste e do Brasil. Ao completar mais um ano de vida neste mês, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco – CHESF continua mostrando que sua relação com a nossa região é mais que um simples namoro. Trata-se de um casamento que deu certo e mantêm a chama acesa de ambos os lados.
Ameaçada por uma tentativa irracional de privatização, superada com muita luta no último ano, mas novamente ameaçada pelo governo Bolsonaro, a Chesf mantém sua força e sua importância em muitos setores da economia da região. E são vários os motivos para manter público esse patrimônio. Praticamente toda a atual produção de alimentos por meio da irrigação em Petrolina e Juazeiro da Bahia se deve aos investimentos da Chesf na construção e operação do reservatório de Sobradinho. Petrolina se desenvolve cada dia mais com os investimentos da companhia e a operação de Sobradinho.
É da Chesf a responsabilidade de monitorar a qualidade da água que garante o consumo humano, animal e produção de alimentos saudáveis a partir de Sobradinho. Ao longo das suas sete décadas de vida, a empresa implantou novas cidades com toda uma moderna infraestrutura, inclusive de saneamento básico, e vários perímetros irrigados quando da construção da Usina de Itaparica, e no passado, de Sobradinho (Remanso, Casa Nova, Sento Sé, etc.)
A Empresa é responsável pela preservação das margens do Rio São Francisco, plantando mais de um milhão de mudas de árvores, a partir da sua sementeira construída em Paulo Afonso. A Chesf é a espinha dorsal do desenvolvimento turístico em Canidé do São Francisco, segundo polo turístico do estado de Sergipe. Mesma situação do município de Piranhas, em Alagoas, responsável pela grande geração de emprego e renda na região.
A Chesf é a empresa do Setor Elétrico que mais paga compensação financeira no Brasil pelo uso da água aos municípios e aos estados onde se localizam suas usinas, a maioria delas no São Francisco. De 2001 até 2018 foram quase R$ 5 bi (cinco bilhões de reais) apenas na bacia do Rio São Francisco.
A Universidade do Vale do São Francisco hoje funciona em Paulo Afonso em prédios cedidos pela Chesf, com cursos de medicina e engenharia. Sua sede será construída em terreno doado pela companhia.
O Hospital da Chesf em Paulo Afonso, mantido pela companhia nesses 71 anos de existência, atende a população de mais de vinte e dois municípios, num total de 700.000 habitantes, numa média de nove mil consultas por mês. Situação inclusive que está sob ameaça de término pelo atual governo.
Se falarmos em dinheiro, já que o Governo considera a empresa “falida”. A Chesf apresentou um lucro de R$ 251,2 milhões em 2018. Com relação ao EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), este somou, no período de janeiro a setembro de 2018, o montante de R$ 826,8 milhões, contra o valor de R$ 639,0 milhões, no mesmo período do ano anterior, representando um crescimento de 29,4%.
Na perspectiva de uma privatização, o planejamento empresarial consolidado da Eletrobras para o período 2018 a 2022, recentemente divulgado, projeta uma distribuição de dividendos da Chesf para a holding (Eletrobras) de cerca de 4,0 Bilhões nos próximos cinco anos. Lamentavelmente, esses dividendos, uma vez repassados a Eletrobras, deixam de ser investidos na região Nordeste.
O mesmo planejamento projeta também uma queda brusca no investimento da empresa em Geração e Transmissão de energia elétrica na região, saindo de um patamar médio de R$ 1,5 Bilhões/ano para menos de R$ 0,5 Bilhões/ano, prejudicando inclusive relevantes investimentos sociais e ambientais.
Enfim, essa senhora de 71 Anos trouxe consigo o maior sistema de transmissão e geração do Brasil, alimentando o parque industrial Brasileiro direto e indiretamente, desbravou o rio São Francisco, mudou seu curso, criou um dos maiores lagos artificiais do mundo, gerando energia, turismo, ensinou ao sertanejo a plantar uvas, a criar peixes, a exportar manga, construiu escolas, formou doutores. Viu três gerações nascerem nos seus acampamentos, hospitais e cidades que ela fundou. Tem excelência e reconhecimento mundial. Ao longo de suas sete décadas, continua uma debutante com energia de sobra para vender e alimentar o desenvolvimento da região Nordeste e do Brasil em permanente inovação, atuando em energia renováveis (Eólica e Solar) e na transposição das águas do São Francisco para os estados do Nordeste.
Neste dia 15 de março, parabenizamos, mais uma vez, a Chesf e seus trabalhadores(as) pelos 71 anos de compromisso com a região Nordeste e com o Brasil, superando todas as crises e ameaças à sua sobrevivência.
excelente, muito oportuno que esperamos que os senhores parlamentares principalmente do nordeste reflita bastante nesse assunto de tanta importância.