Preocupada com a criação do Centro de Serviços Compartilhados (CSC) na Eletrobras, que vai atingir diretamente os trabalhadores da Chesf, a direção do Sinergia se reuniu, na última semana, com os companheiros que atuam em Salvador. O encontro foi realizado após os dirigentes do Sinergia terem se reunido com o presidente da Chesf, Sinval Gama e demais membros da direção da empresa para buscar informações sobre o corte da periculosidade de alguns trabalhadores, não sendo possível neste encontro obter mais esclarecimentos sobre a questão do CSC.
Segundo informações veiculadas na própria imprensa, a implantação deve ocorrer até dezembro de 2017 e irá integrar atividades da holding e das controladas em áreas administrativas como finanças e tesouraria, contabilidade e fiscal, recursos humanos, suprimentos e logística, infraestrutura e serviços gerais, tecnologia da informação, jurídico e gestão das sociedades de propósito específico (SPEs).
Mas, apesar de serem os mais atingidos pelas mudanças, quem menos sabem sobre o processo são os próprios trabalhadores. “Esta situação tem gerado um clima de apreensão já que os principais envolvidos não sabem qual será o próprio destino e as reais intenções da empresa”, lamentou Julia Santos, representante de base em Pituaçu.
Durante a reunião com os trabalhadores, várias preocupações foram levantadas, inclusive o questionamento em relação a uma suposta eficiência que seria alcançada com a criação do Centro Compartilhado, desmitificado, entretanto, pelos chesfianos que acompanham a gestão da empresa. A avaliação de que toda Chesf será atingida com as mudanças também foi feita pelos presentes, inclusive o do próprio futuro da companhia que está em jogo.
“Este é um momento delicado, que requer dos trabalhadores unidade nas ações e consciência de que precisamos estar juntos para barrar estas investidas e defender os nossos postos de trabalho”, ressaltou o diretor Rafael Oliveira na reunião.
O Sinergia vai atuar em defesa inexorável dos interesses dos chesfianos e em defesa da Chesf. O Sindicato está acompanhando as discussões com os companheiros do CNE e a realização de uma Audiência Pública nos estados em defesa das empresas é uma das propostas em pauta. “Teremos uma jornada de lutas pela frente. A Chesf é importante demais para o nordeste e para os seus trabalhadores para ser resumida a um mero escritório da Eletrobras. Essa situação é visivelmente para justificar a entrega da empresa ao capital estrangeiro, que tem interesse em sua precarização. Não iremos abrir mão da luta pela Chesf e pelos chesfianos”, assegurou o coordenador geral do Sinergia Paulo de Tarso.
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