Dirigentes da Frune da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba se reuniram na última semana com o Presidente da Chesf, João Henrique, o Diretor de Operações, Tony, o Relações sindicais, Lustusa e o Gerente Regional, Antônio Carlos, em Salvador para tratar de assuntos que tem preocupado os sindicatos e os trabalhadores da Chesf.
Essas reuniões, estão previstas nos nossos ACTs para fazer o acompanhamento do cumprimento das cláusulas. O objetivo é encontrar, através do diálogo entre as partes, soluções conjuntas das principais demandas da nossa categoria.
Confira um resumo do que foi discutido no encontro.
Terceirização na atividade fim
Sindicatos – Colocamos na pauta nacional e específica a necessidade de representação desses trabalhadores, pois os problemas que ocorrem com eles são por nos atendidos. Ademais, os sindicatos fazem o acompanhamento das denúncias de assédio em algumas empresas, como Voith e Erel em Paulo Afonso.
É preocupação das entidades sindicais haver muitos terceirizados na atividade fim com salários baixos, o que poderá refletir na prestação dos serviços da empresa e nos resultados da Eletrobras, a exemplo da o indicador da parcela variável.
A Bahia mesmo é o Estado que mais identificamos trabalhadores na operação de SE estratégicas, tivemos casos na regional de Sobradinho que os terceirizados não conseguiram resolver o problema e os trabalhadores do quadro próprio precisaram ser acionados.
Com muitas empresas de energias renováveis na região Nordeste, esses trabalhadores de O&M terceirizados terminam não ficando na Chesf.Ou seja, afeta os negócios e a vida dos trabalhadores
Empresa – Há um entendimento da Eletrobras em reduzir a terceirização na atividade fim, já existe um estudo para Geração e Transmissão. O modelo de contratação da Chesf foi adotado pela eletrobras, onde existe uma preocupação com segurança do trabalho e com a fiscalização dessas atividades por meio de aditivos contratuais
A primarização irá começar com o pessoal de Linha de Transmissão.
Compromisso – Qualquer problema na relação trabalhista entre terceirizadas e trabalhadores, os sindicatos irão comunicar a Chesf pedindo providências.
Nova estrutura da operação – Centros Regionais de Operação e Equipes das instalações teleassistidas
Sindicatos – Com a informação sobre o fechamento do Centro de Fortaleza e a FRUNE questionou como ficam os outros três Centros da Chesf. Os dirigentes querem acompanhar o planejamento que será feito para readaptação desses trabalhadores para outras áreas da empresa.
Quanto às Subestações, nos preocupa a quantidade de trabalhadores lotados e que ainda dão assistência a SE desassistidas, que ficam a quilômetros de distância. O risco de trabalho isolado é grande, com a redução do QP, até o planejamento de férias e possíveis licenças médicas precisam estar dentro do escopo da empresa para não insejar em trabalho isolado. Foi feito um levantamento por parte dos sindicatos, de como estão todas as instalações. Destacamos o que ocorreu na SE Irecê com o desligamento do operador do PDV.
Empresa – Destacamos a preocupação dessa nova estrutura para manter as unidades gerenciais junto aos ativos da companhia e que todos os gerentes são da casa. Foi criada uma área de Meio Ambiente ligada a Diretoria de Operações
A Chesf deverá ter apenas dois Centros de Operações.
No início do ano foi fechado o de Fortaleza e a realocação das pessoas se deu de forma tranquila. A empresa possui agora três Centros (PAF, REC, PTU), mas que ainda está em estudo para saber quais irão permanecer. O DO já se reuniu com o pessoal do CROS para desfazer um mal entendido surgido após o fechamento do Centro de Fortaleza, pois ainda não há definição de qual Centro irá fechar. A Chesf se compromete a não ter trabalho isolado nas suas instalações .
Compromisso – Acompanhar o fechamento do próximo Centro com a devida realocação dos trabalhadores e enviar para o RS a planilha com o levantamento das SEs.
Sobreaviso
Sindicatos – Nas SE teleassistidas precisa ter uma programação de sobreaviso para a semana e garantir no mínimo a folga de um final de semana por mês para os trabalhadores. Equipes de manutenção não estão tendo mais escalas de sobreaviso, mas estão sendo acionadas com uma certa rotina nos finais de semana. Temos uma proposta alinhada com as melhores práticas na nossa pauta específica.
Compromisso – Discutir a proposta de melhoria com o RS.
Reconhecimento de atividade de risco até a reforma da previdência na emissão dos PPPs e nova metodologia Credenciamento de Periculosidade
Sindicatos – Os sindicatos seguem recebendo reclamações dos trabalhadores que não estão e recebendo seu PPP em tempo hábil. Mesmo com a reforma da previdência, que tirou os eletricitários da aposentadoria especial, os PPPs precisam ser emitidos apontando o risco até a data mencionada. Com o e-social e o meu inss, as pessoas foram cadastradas com o CBO básico sendo alocadas em funções que não condizem com a realidade, com é o caso dos auxiliares, muitos estão como serviços gerais.
A nova metodologia para esse credenciamento não pode ser punitiva e nem visar somente a redução de custo, os profissionais não podem ser prejudicados.
Empresa – Garantiu que os trabalhadores que realmente atuam e são essenciais não irão ficar descredenciados no retorno das férias. Essa metodologia já é aplicada em outras empresas do grupo e foi feita para inibir o pagamento de Peri para quem não atua na área, compilando as atividades no mês correto.
Compromisso – Discussão com o RS sobre o PPP. Acompanhar de perto e verificar se não será aplicada de forma discriminatória para termos fatos e dados.
Cartão corporativo de viagem para os trabalhadores que atuam na DO
Sindicatos – Destacamos que possuímos uma das menores diária de viagem do setor elétrico e reajuste dos alimentos nos últimos anos. Ao colocar para todos a necessidade de apresentar comprovante/cupom fiscal, vemos uma falta de visão com o nosso principal negócio. Muitas vezes as equipes pedem quentinhas nas localidades onde estão efetuando o serviço, o número de trabalhadores informais que fornecem alimentos é enorme. Em uma instalação situada, por exemplo, onde estão os parques eólicos percebemos uma falta de aderência desse cartão corporativo com a realidade dos trabalhadores assim como o pessoal de Linhas.
Empresa – O cartão corporativo vai começar a valer na Chesf no dia 15/04. As exceções serão tratadas como exceções, os sindicatos poderão sinalizar.
Compromisso – Reenviar os documentos sobre diárias de viagem para o novo RS. Levar situações onde o cartão não funcione ao conhecimento da empresa.
Salários da chesf abaixo do restante do grupo Eletrobras e aproveitamento dos profissionais da casa, principalmente os de nível fundamental
Sindicatos – A Chesf foi a empresa do grupo que, após a implantação do PCR, ficou anos sem rodar promoção, mesmo assim, a diretoria na época sempre destacou a capacidade técnica do seu quadro. Nossos indicadores sempre foram de excelência.
Esses salários baixos afetam nossa PLR e, até mesmo, a tabela do plano de saúde, já que foi construída com base na folha de pagamento. Sempre tivemos o menor PMSO do grupo. Falamos da necessidade do aproveitamento dos profissionais da casa, principalmente dos de Nível Fundamental. Criticamos o Mobilidade, que foi sem transparência, sem feedback e que causou uma grande frustração aos trabalhadores, piorando ainda mais o clima organizacional da empresa.
Empresa – Ouviu atentamente e reconheceu os argumentos apresentandos. Falou da necessidade de se remunerar os trabalhadores dentro de uma faixa salarial. Defendeu a proposta do ACT nacional de redução salarial para atingir o PMSO. Informou que um PDV permanente pode ser prejudicial a prestação de serviço da empresa. Concordou que o processo de mobilidade possuiu falhas e que precisa ser melhorado. Falou da necessidade de oxigenação da empresa com a contratação de novos empregados. Informou que só deverá aproveitar 10% do QP de NV Fundamental atual.
Fechamento dos ambulatórios
Sindicatos – Falamos dessa medida anunciada pela Eletrobras e de nossa preocupação social com isso se concretizando
Empresa – Ficou claro que existe uma sensibilidade maior da empresa em relação ao ambulatório de Paulo Afonso, mas que os ambulatórios serão fechados por causa do seu custo elevado.
Fechamento do setor de aviação
Empresa – Esta atividade será contratada no mercado e os ativos serão vendidos. Os três pilotos serão indicados para a empresa que irá assumir.
Frune defende a permanência dos ambulatórios da Chesf
A Eletrobras ordenou o fechamento dos ambulatórios da Chesf, que são operacionalizados pela Fachesf, com o objetivo apenas a redução do custo, sem nenhuma preocupação com sua importância social. Essa estrutura é vital não apenas para o atendimento imediato e eficaz das diversas condições de saúde, mas, além disso, como um mecanismo de prevenção e promoção de saúde, alcançando um impacto social imensurável.
É crucial que a Eletrobras considere o profundo impacto social que o encerramento desses ambulatórios da Chesf acarretaria, buscando alternativas que mantenham o acesso à saúde de qualidade para todos os beneficiados e principalmente aos ex-trabalhadores que construíram essa empresa.
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