Fruto de uma articulação da CUT nacional, CNU, Frune e demais entidades que compõem o Coletivo Nacional dos Eletricitários, foi realizada nesta segunda, 08, em Brasília, uma reunião com o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Os dirigentes sindicais encontram-se em Brasília para participar da segunda rodada de negociação com a direção da Eletrobras, antes, entretanto, vão realizar uma análise da campanha salarial, definindo estratégias de atuação para a rodada e para a mobilização da categoria. Paralelamente, após articulação política conjunta conseguiram garantir este encontro com o Ministro.
Na reunião, os representantes sindicais destacaram que são graves os efeitos da nova política implantada pelo grupo Eletrobras, podendo levar o país a uma crise energética e com prejuízos severos no desenvolvimento e na economia nacional. Os dirigentes lamentaram a prioridade da Eletrobras em diminuir a mão de obra própria especializada, situação que tem prejudicado a qualidade dos serviços prestados e colocado o sistema em sério risco.
“Uma das principais consequências dessa nova política é a fragilidade geral do sistema elétrico nacional. Os apagões recentes são prova disso, já que com as empresas tendo mão de obra técnica reduzida ao extremo ficam com dificuldade em prestar um serviço de excelência como sempre foi a marca da Eletrobras no país, desde a sua fundação”, destacou o presidente da CNU, Paulo de Tarso.
Historicamente, a terceirização no setor elétrico é sempre sinônimo de morte. No caso da Eletrobras, desde os primeiros meses adotou uma nova política para diminuir a sua mão de obra própria. “Isso resultou em aumento do número de acidentes, inclusive com lamentáveis perdas de vidas”, esse histórico foi lembrado pela diretora de energia da Frune, Julia Margarida, durante a reunião.
De um modo geral, os dirigentes abordaram durante o encontro as questões mais relevantes, inclusive tratando da ameça velada da Eletrobras em acabar as Fundações de previdência complementar dos trabalhadores das empresas, situação que tem causado grande preocupação na categoria. O diretor de Benefícios da Fachesf, Fernando Neves, explicou detalhadamente para o Ministro todo processo que vem sendo implementado pela Eletrobras para levar as Fundações a um enfraquecimento irreversível, prejudicando milhares de participantes, inclusive a economia de diversas cidades, sobretudo no Nordeste.
Em relação ao descaso nas negociações da campanha salarial. Os dirigentes relataram a intensão holding em retirar direitos históricos e impor uma política de desvalorização dos salários. O objetivo é maximizar lucros a custa do trabalho de milhares de eletricitários.
Compromisso em ajudar – Após ouvir atentamente os dirigentes, o Ministro lamentou a situação e se colocou à disposição para ajudar no diálogo. “O Governo está buscando de todas as formas garantir seu espaço legítimo no Conselho de Administração da Eletrobras. Estamos empenhados em não permitir esses absurdos”, destacou, reafirmando seu compromisso em ajudar nas discussões para garantir avanços em todas as questões apresentadas.
O Ministro e comprometeu, ainda, em participar do grupo de trabalho da secretaria geral da presidência e acompanhar nossa pauta corporativa (ACT) e colocou o ministério à disposição para a negocião deste acordo. Também se comprometeu em conversar com outros órgãos do governo sobre a relação de trabalho da Eletrobras com seus trabalhadores e a venda dos ativos.
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