Orgulho do compromisso com a categoria chesfiana

A campanha salarial dos trabalhadores do Sistema Eletrobras/Chesf é sempre um momento de debates intensos, seja no que se refere a própria construção do ACT ou pela análise da conjuntura para que nossa atuação seja equilibrada. Neste ano, as atenções tiveram que ser redobradas para as ameaças de retrocessos em razão do avanço na privatização das nossas empresas. Lamentavelmente, há quem ainda se aproveite desse momento delicado para tentar, gratuitamente, confundir a categoria.

Nos causou enormes transtornos a veiculação de informações inverídicas e distorcidas, cobranças injustas, promoção de desconfiança, entre outras situações. Nesse cenário era natural que os chesfianos se sentissem inseguros. Isso desmotiva os trabalhadores e alimenta um clima de medo coletivo desnecessário. Nosso compromisso com a preservação dos interesses dos chesfianos sempre foi prioridade, inclusive com todas as nossas ações sempre sendo discutidas, aprovadas e encaminhadas após amplo debate com os trabalhadores. Não se justifica, portanto, a contraproducente atitude de alguns em promover a disseminação de informações distorcidas.

De um modo geral, cada chesfiano(a) deve ter um orgulho redobrado por tudo que fez para evitar a privatização das nossas empresas. Foram dezenas de audiências públicas nas principais casas legislativas de todo o Nordeste. Dezenas de reuniões com os governadores do Nordeste, formação de Frentes Parlamentares nos Estados, articulação com demais segmentos afetados pela privatização, dezenas de atos públicos, mobilizações da categoria e conjunta com a sociedade civil organizada, mobilização de mídias sociais, criação de vídeos temáticos, anúncios em jornais e TV, entrevistas, visitas a parlamentares, entre tantas outras ações. Importante lembrar as articulações junto ao TSU, que teve a colaboração dos companheiros do movimento sindical da Paraíba.

Nosso esforço deu resultado sim. Se dependesse dos Senadores do Nordeste, a privatização não tinha ocorrido. A bancada da nossa região reprovou o processo de privatização, mas foi vencida com os votos dos demais parlamentares do país. Nesse particular, nos orgulha também bater no peito e afirmar que se dependesse apenas de nossa região o atual presidente não seria eleito. O povo nordestino não tem culpa desse desgoverno. Historicamente sempre estivemos ao lado de setores democráticos e progressistas.

Por tudo isso, ser eletricitário, nordestino e, sobretudo, chesfiano(a), nos enche de orgulho e nos dá mais energia para seguir lutando e construindo um futuro melhor para todos nós!

Nosso compromisso continua!

A assinatura do nosso ACT não põe fim a luta nesta campanha. Apesar de conseguirmos preservar benefícios e evoluir em diversos pontos da pauta, estamos atentos para o que vem acontecendo nas outras bases da Eletrobras. Nesse particular é importante destacar que a Chesf não está inserida em nenhum processo de dissídio. Ou seja, o que foi assinado seguirá preservado, independente da decisão que será tomada pelo TST. Nos asseguramos, entretanto, de garantir que qualquer decisão favorável que ocorra, seja aplicado também aos chesfianos.

Precisamos, todavia, esclarecer que qualquer nova situação resultante do julgamento do dissídio, mesmo sobre eventuais avanços obtidos, a Frune e os sindicatos levarão a proposta para ser analisada e deliberada soberanamente pela categoria. Mais que um compromisso, isso já faz parte da nossa prática sindical. As informações distorcidas e mensagens não oficiais, que apenas causam apreensão na categoria devem ser desconsideradas. Somente através dos seus canais oficiais (sites e redes sociais oficiais) e assembleias é que há informação correta e confiável.

Sobre a assinatura do acordo por parte da Frune e dos sindicatos, precisamos deixar claro que ela é fruto das decisões das assembleias para deliberação da proposta alcançada. Independente da nossa autonomia e independência, tivemos o cuidado de antes de levar a proposta para deliberação, consultar a assessoria jurídica, representada pelo escritório do Dr. Cezár Britto, que deu seu aval sobre para a proposta construída pelas partes.

Ademais, os dirigentes realizaram uma ampla avaliação política, levando em conta a conjuntura e a preservação dos benefícios da categoria, inclusive pela instabilidade e histórico de retrocessos do nosso judiciário nos julgamentos mais recentes de demandas trabalhistas. Por fim, destacamos que pelo fato de não estamos em nenhum dissídio de greve, tínhamos dificuldades em irmos à negociação junto ao TST.

Com relação a discussão nacional com os demais sindicatos, consideramos as divergências normais dentro de um processo de construção coletiva. Isso não nos impede de caminharmos juntos e construir um debate sempre propositivo e fraternal. Mas, acima de tudo está o respeito às decisões soberanas das bases de que cada entidade representa. Como dirigentes, portanto, temos a obrigação de avaliar – criteriosamente – as opções e apresentar a nossa categoria os melhores caminhos a seguir.

Tranquilizamos todos(as) os chefianos(as), reafirmando o nosso compromisso e especial atenção para as suas demandas. De modo responsável, buscaremos sempre o melhor caminho para ser trilhado.

Análise política do ACT

Apesar do momento difícil que estamos passando em decorrência da privatização da Chesf, podemos dizer que conquistamos um ACT equilibrado para os trabalhadores(as) da Chesf. Entre os principais itens, destacamos:

– Reajuste salarial e benefícios – 12,13%
– Garantia da oferta de incentivo para desligamento voluntário dos aposentados e aposentáveis, antes de qualquer dispensa individual;
– Estabilidade para os empregados quem não estão aposentados nem são aposentáveis até 30/04/2023;
– Um modelo de plano de saúde que proporcionou uma redução de 39% na tabela das mensalidades, além de uma redução da coparticipação de 20% para 15% em consultas e exames. Tendo sido esse ponto da pauta decidido pelo TST;
– Manutenção do auxílio educacional para os empregados no valor de R$ 705,00 para qualquer trabalhador que não possua graduação.
– Manutenção dos nossos reembolsos de medicamentos e de óculos, além do auxílio de R$ 2.900,00 para os dependentes portadores de deficiência física;
– Conquistamos nesse acordo um abono mensal para pais/mães que precisam acompanhar filhos com deficiência em alguns tratamentos.
– Manutenção do anuênio e do plano de cargos que estão garantidos no nosso ACT.

Além disso, conseguimos avanços na pauta específica:
– Implantação de um banco de compensação com quitação em 45 dias das horas acumuladas nos últimos 5 anos
– Manutenção das horas extras a 100%;
– Ampliação do km rodado, o que proporcionará um acréscimo de quase R$1.000,0 nos salários dos trabalhadores que rodarem em torno de 2500km por mês.
– Conquistamos um pleito antigo da categoria referente a implantação da opção da escala de 8h na operação.
– A Chesf também irá incluir no seu programa de treinamento interno curso técnico para os profissionais que são auxiliares e possuem só o nível fundamental.

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