Trabalhadores seguem em luta na defesa da CHESF

Em Ato, chesfianos mostram força para evitar privatização da companhia

Com gritos de “a CHESF é do Nordeste “, os dirigentes sindicais e os trabalhadores realizaram mais um grande ato contra a privatização da empresa, na manhã desta sexta-feira (01/09), em frente ao prédio sede da Companhia.

A atividade foi organizada pela FRUNE (Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste), representado pelo presidente Raimundo Lucena e secretário de energia Fernando Neves e o pelo Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários de Pernambuco (Sindurb/PE), representando por seu presidente José Gomes Barbosa Filho.

Antes do início, os representantes da FRUNE, Raimundo Lucena, Flávio Uchoa e Fernando Neves e o presidente do Sindurb/PE, José Gomes Barbosa Filho, a convite da Frente Parlamentar, iriam participar da visita ao presidente da CHESF, porém, numa medida arbitrária, a direção da Companhia barrou a participação dos sindicalistas.

Luta Suprapartidária – A FRUNE e os demais sindicatos estão realizando visitas aos diversos parlamentares para somar força ao movimento. Como essa luta engloba todo o Nordeste, as entidades sindicais não estão excluindo nenhum partido, pois o mais importante nesse momento não é a ideologia política ou partidária, e sim a defesa e a manutenção da CHESF como empresa pública.

A Frente Parlamentar Federal em defesa da CHESF Após se reunir com a direção da CHESF, a Frente Parlamentar, composta pelos deputados federais Danilo Cabral (presidente), Luciana Santos (vice), Tadeu Alencar e Severino Ninho, junto com a deputada estadual de PE, Laura Gomes, foram ao encontro dos trabalhadores para explicar como será a partir de agora o papel da Frente contra o processo de privatização da Companhia e da Eletrobras.

Segundo o presidente da Frente, Danilo Cabral, serão realizados diversos eventos como um seminário nacional sobre o tema, audiências públicas em vários estados, reuniões com os representantes do Governo Federal, especialistas, técnicos e trabalhadores do setor elétrico e visitas técnicas às instalações da Chesf, nos demais estados do Nordeste.

“A importância do ato de hoje é de suma importância para o movimento contra a privatização e é o ponta pé inicial em defesa da CHESF. O Governo iniciou o desmonte do país com a retirada dos direitos dos trabalhadores, com a aprovação da Lei da terceirização e da Reforma Trabalhista.

A segunda etapa do desmonte foi o corte dos programas sociais, que representaram avanços para a população brasileira e o terceiro passo é contra a soberania do povo brasileiro, que é a privatização do setor elétrico”, afirmou o dep. federal Danilo Cabral.

O Ato também serviu para os representantes sindicais fazerem a entrega oficial do Dossiê “Os impactos da privatização da Chesf no Nordeste” ao presidente da Frente Parlamentar. Este documento está sendo distribuído aos diversos políticos e especialistas do setor elétrico pela FRUNE, durante os vários eventos pelo país, em defesa da Companhia Hidrelétrica do São Francisco e da Eletrobras.

220 parlamentares se inscrevem na frente Parlamentar – Os representantes da FRUNE informaram aos chesfianos, que a Frente Parlamentar Federal recebeu a inscrição de 220 parlamentares (entre senadores e deputados federais) para fazerem parte do movimento em defesa da CHESF.

Especialistas afirmam: Chesf tem papel fundamental para o nordeste

A venda da Chesf para investidores transnacionais tem sido condenada de forma veemente por políticos influentes da região nordeste, pelos sindicatos de trabalhadores, pela sociedade civil organizada, os movimentos sociais, por exdiretores e especialistas do setor por terem a clareza que se for levada adiante a sua venda ela se catastrófica, resultando, por exemplo, no aumento abusivo da energia para a população como um todo, e na prática significará a privatização do Rio São Francisco.

Para o diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina), o engenheiro, João Paulo Aguiar, falar em privatização é um erro brutal, pois a empresa tem uma importância estratégica para a soberania hídrica dos estados do Nordeste, que poderia ser mais bem utilizada no que tange a transposição do Rio São Francisco.

“A Chesf, dada sua experiência na construção, operação e manutenção de grandes estruturas hidráulicas, máquinas hidráulicas de grande porte, além de extensos sistemas de transmissão, agregada a um corpo técnico de capacidade reconhecida nacional e internacionalmente, representando desta forma uma alternativa viável para operação integrada dos recursos hídricos da Baia do São Francisco, agregando maior segurança na operação, manutenção e expansão do Projeto de Integração do São Francisco, além da entrega bruta de água aos Estados”, afirma ele.

O ex-diretor de engenharia da Chesf, José Ailton de Lima, alerta que este governo trabalha no sentido de desmontar o estado brasileiro, e as empresas estatais de energia fazem parte deste “pacote do mal”. Para ele essa decisão de privatizar uma empresa da importância da Chesf é inaceitável, e vai, inclusive, à contramão das ações dos países centrais.

“Nos Estados Unidos, meca do capitalismo, o governo agiu de forma semelhante no estado da Califórnia, desregulando o mercado de energia, e depois constatando o desastre que foi, com o aumento extorsivo das tarifas de energia, retomou o controle das empresas. Hoje, a energia, assim como a água são tratados como elementos de segurança nacional.

Portanto, os exemplos mundo afora mostram a importância da participação do Estado no setor, regulando e fazendo os investimento necessários. Deixar somente a iniciativa privada no controle será uma insensatez. Portanto, a Chesf é imprescindível”, disse.

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