Distribuição mais justa da PLR é meta da Intersindical nas negociações com a Neoenergia

Nas reuniões com a holding, dirigentes sindicais buscam melhorar forma de distribuição e garantir objetivos exequíveis

Nos últimos anos, a Intersindical vem garantindo aos trabalhadores do grupo avanços na PLR, seja na metodologia da distribuição ou discussão sobre as metas e os objetivos corporativos. Essa negociação se traduz efetivamente em mais dinheiro no bolso de cada trabalhador, independente da empresa.

Para este ano, as discussões foram iniciadas com atraso. Por duas oportunidades, a Neoenergia cancelou reuniões e retardou o debate mais efetivo sobre a PLR 2018. Somente nos últimos dias 14 e 28 de junho é que a holding sentou com os sindicatos para apresentar a ideia da PLR, incluindo as metas e os objetivos. Ao tomar conhecimento da proposta da Neoenergia para a PLR, os dirigentes sindicais deixaram claro que é necessário uma análise criteriosa sobre que o está proposto.

Na avaliação da Intersindical, é preciso ter tempo para avaliar cada objetivo e meta e seus desdobramentos. A holding teve praticamente seis meses para discuti-lo internamente e a bancada sindical não pode avaliar instantaneamente. É preciso analisar os critérios de viabilidade para que a proposta possa se traduzir em equilíbrio na recompensa do que o trabalhador produz para o lucro.

Uma das premissas dos dirigentes sindicais é a de haver garantia de objetivos exequíveis. “Esta é uma questão fundamental no debate. Não se trata de proteção indistinta do trabalhador e sim de garantir que o que é proposto possa ser alcançado tanto individualmente como coletivamente”, explica o coordenador da Intersindical, José Fernandes.

Nova reunião – Diante da proposta apresentada pela Neoenergia para a PLR, a Intersindical solicitou um tempo para analisar internamente com o auxílio dos companheiros dos três estados com perfil técnico para ajudar na avaliação ampla do que foi sugerido. Após esse processo, que já está sendo feito pelos companheiros nos estados, a Intersindical tem agendado um novo encontro com a Neoenergia para o dia 26/07/2018, em Salvador. A ideia é ajustar o que for necessário e apresentar a proposta para os trabalhadores. “Sabemos da ansiedade da categoria, contudo, é uma responsabilidade muito grande definir esta questão sem avaliar criteriosamente”, destaca Fernandes.

Neoenergia insiste em demitir indistintamente

Desde a chegada do novo acionista majoritário, Iberdrola, os trabalhadores do grupo Neoenergia tem vivido um verdadeiro clima de terror nas empresas. As famigeradas demissões são cada vez mais constantes e totalmente sem critérios. A Intersindical fez diversas manifestações de repúdio nas reuniões com a direção da holding e enviou inclusive uma carta ao Presidente da Neoenergia, Mário José Ruiz.

Apesar do esforço dos dirigentes e das ações empreendidas no sentido de inibir essa prática dentro das empresas, as demissões seguem o mesmo ritmo. “É uma situação de total desrespeito. Temos casos que não se justificam e a desculpa é sempre a famigerada “baixa produtividade”, que nunca é comprovada, já que em sua maioria os trabalhadores sempre obtiveram excelentes avaliações de desempenho e foram inclusive elogiados pelos seus chefes imediatos”, questiona José Fernandes.

O que se comprova é que a decisão de demitir indistintamente é do novo acionista majoritário (Iberdrola), que impõe sua lógica de maximizar lucro e espalhar o clima de terror para intimidar os trabalhadores. A situação se comprova inclusive pela falta de argumentos dos gestores no processo de demissão. “Eles não conseguem sequer justificar o motivo de demitir. É uma situação desconfortável e injusta”, lamenta o coordenador.

A Intersindical segue fazendo articulações no sentido de denunciar esta prática. “Estamos atuando para evitar que as demissões persistam. A luta é em várias áreas, inclusive com denuncia na OIT e outras esferas. Mas, o fundamental é haver também a união dos trabalhadores na luta para fortalecer as suas entidades e podermos combater esta prática com mais força”, frisa Fernandes.

Campanha salarial 2018

Após a distribuição das pesquisas nas empresas, a Intersindical está realizando a tabulação dos resultados e vai iniciar a confecção da pré pauta ainda esta semana. A ideia é que a pré pauta seja um reflexo do desejo manifestado pelos trabalhadores no questionário. A intersindical também está realizando levantamento de fatores econômicos e outras questões que podem servir de base na negociação.

Dentro da agenda da campanha salarial, os dirigentes vão realizar um Seminário da Intersindical, em Recife, para socializar informações das empresas e analisar a conjuntura. Ao final do seminário é previsto que já esteja finalizada a redação da pauta. Confira as informações da campanha no sites dos sindicatos.

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