Dirigente do Sinergia fala sobre importância da juventude urbanitária na luta dos trabalhadores

Com o objetivo de sensibilizar a juventude urbanitária sobre seu papel na luta dos trabalhadores, o dirigente do Sinergia, Tiago Quinteiro, escreve um artigo abordando o tema, confira!

Prezad@s Trabalhador@s da Federação Nacional d@s Urbanitári@s e da Confederação Nacional d@s Urbanitári@s

Está chegando a hora do Encontro Nacional da Juventude Urbanitária que acontecerá nos dias 06 e 07 julho de 2017, no Rio de Janeiro. Assim, vamos apimentando a conversação para chegarmos bem empolgad@s nesse importante evento, com o objetivo de não apenas oxigenar os quadros de nossas instituições urbanitárias, como também, rever táticas e modo de atuação para sensibilizar a juventude a fazer parte do movimento d@s trabalhador@s. Outrossim, propor uma ampla reflexão sobre a conjuntura não apenas do mundo, mas do Brasil no que se refere aos impactos causados à juventude no que tange a esse retrocesso de direitos e conservadorismo desenfreado em nosso país.

Nesse contexto mundial, onde o neoliberalismo ameaça a dignidade d@s trabalhador@s e o emprego decente, é imprescindível que as pessoas que pensam em coletividade, direitos humanos e uma sociedade mais justa e plural se unam não apenas para denunciar esse desmando, mas também para criar ações contundentes, para resistir às constantes retiradas de direitos d@s trabalhador@s. Nesses termos, a juventude é a primeira a ser impactada com as demissões. Sendo que, a parcela que continua ocupada, está em subempregos, cujos salários e a rotatividade não permitem que esses se organizem, muito menos reivindiquem os seus direitos.

Em uma conjuntura brasileira, no último ano, com o governo ilegítimo de Michel Temer, a juventude ainda não compreendeu o tamanho do impacto do retrocesso. Tanto pela aprovação da PEC do fim do mundo, que congela os gastos na saúde e na educação por 20 anos, e projeto escola sem partido para criar estudantes, sem poder crítico e interventivo nas ações sociais e espaço em sua volta. Quanto, sobretudo, pela “reforma” trabalhista que retiram direitos e impacta diretamente na juventude, reduzindo seus salários e precarizando os postos de trabalhos. Além disso, a desreforma da previdência que dificultará o acesso da juventude a uma aposentadoria digna e que muitos nem terão a oportunidade de gozar da mesma.

No cenário urbanitário do Brasil (saneamento, fornecimento de água, meio ambiente, geração, distribuição e comercialização de energia), as coisas vão de mal a pior. A redução do valor do Mwh (Megawhatt-hora) e a redução da receita das empresas do setor elétrico, vinculado com a constante pressão do capital estrangeiro para privatizar as companhias de águas e empresas públicas do setor de energia, têm refletido em perdas de direitos para os trabalhadores do setor e fechamento de acordos coletivos sem ganho real.

Dito isso, a constante perda, confirmada em pesquisas, da credibilidade das instituições, inclusive da sindical, tem contribuído decisivamente para uma não associação em representações sindicais de novos quadros das empresas. Ademais, as estratégias e táticas de sensibilização da juventude trabalhadora, já são ultrapassadas e a desculpa de que “os jovens não se interessam” vem como um modo mais fácil para que os dirigentes mais antigos, da “velha guarda”, desistam no primeiro embate dessa questão. Pode-se perceber, portanto, que medidas urgentes devem ser tomadas para que a juventude crie uma audição reflexiva, com o objetivo de sair do comodismo paralisante e tornar-se protagonista de seu tempo e sua história.

Assim, os sindicatos precisam identificar o que distancia essa juventude do movimento sindical e desenvolver estratégias, com uma linguagem mais próxima da juventude, para fazer a interlocução sem barreiras geracionais. Um desses caminhos pode ser através de campanhas específicas para atrair essa juventude, como por exemplo, atividades político-culturais.

E para a juventude já inserida no movimento sindical, é preciso investir e dar continuidade no processo de formação, que deve ser contínuo, e mais do que isso, permitir que os conhecimentos adquiridos sejam colocados em prática, através da ampliação de seus espaços dentro das instituições. Afinal, se quisermos ter uma sociedade mais harmônica, igualitária em direitos e com maior justiça social em um futuro próximo, temos que preparar e ter esperança na juventude de hoje.

 

THIAGO ANDRADE QUINTEIRO (SINERGIA-BA)

Integrante do Coletivo de Juventude Urbanitária

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